Este é o quarto, e supostamente último, dia de interrogatório a José Sócrates na fase de instrução da Operação Marquês, processo em que está acusado de 31 crimes económico-financeiros, entre os quais corrupção passiva, mas a inquirição poderá não ficar concluída.
Segundo fontes ligadas ao processo, hoje o interrogatório pelo o juiz Ivo Rosa deverá tratar de assuntos como a compra pela ex-mulher de Sócrates do Monte das Margaridas, no Alentejo, segundo o Ministério Público com dinheiro do arguido Carlos Santos Silva, a casa em Paris, onde o ex-primeiro ministro esteve a viver enquanto estudava e que sempre disse ser propriedade do seu amigo [Santos Silva], mas que a acusação diz que era de Sócrates.
Outro dos assuntos sobre o qual deverá ser questionado são as transações em dinheiro, nomeadamente através de malas transportadas pelo seu antigo motorista e também arguido João Perna e o seu estilo de vida.
Para os procuradores do MP, o mais de um milhão de euros que transitaram das contas de Carlos Santos Silva para Sócrates e que este sempre alegou serem “empréstimos” do amigo pertenciam ao antigo governante, fazendo do empresário o seu “testa de ferro”.
À entrada para o Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o procurador Rosário Teixeira disse apenas que “é aos poucos que se vai andando”.
“As provas estão reunidas no inquérito e agora é uma fase que visa a confirmação judicial dessas provas. É isso que está na lei”, disse.
Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes económico-financeiros. O antigo líder socialista foi acusado pelo Ministério Público da alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, nove crimes de falsificação de documento e três crimes de fraude fiscal qualificada, no âmbito da Operação Marquês.
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