Em nota enviada às redações, a PJ confirma estar a "desenvolver a operação 'Milhafre'" devido a uma "investigação sobre factos suscetíveis de integrar os crimes de branqueamento de capitais, participação económica em negócio, peculato e abuso de confiança, envolvendo uma sociedade desportiva da Região Autónoma dos Açores, bem como pessoas singulares e coletivas, relacionadas com a atividade da mesma."

O mesmo comunicado diz que estão em causa "fluxos financeiros a crédito e a débito entre as contas da sociedade desportiva com as de várias empresas e destas com contas bancárias sediadas em paraísos fiscais, sem que haja justificação da origem e do destino desses valores".

"Estão em curso seis buscas no concelho de Ponta Delgada e outras seis em diferentes locais de Portugal continental e na Ilha da Madeira, visando sedes de clube e sociedade desportiva, empresas e escritórios de advogados, para além de residências".

A operação está a ser conduzida "através do Departamento de Investigação Criminal dos Açores, com a estreita colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção; da Diretoria do Norte e dos Departamentos de Investigação Criminal da Madeira, de Braga e de Vila Real, bem como da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática".

O inquérito está sob a tutela do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que anunciou esta manhã a realização de buscas nos Açores e em vários pontos do território continental por suspeitas de alegada utilização ilegítima de dinheiro do Santa Clara através de transferências para as contas de administradores.