“Todos os debates em democracia tendem a melhorar os objetos sujeitos a debate. Claro que é melhor [o Orçamento com as alterações propostas pelos partidos]”, comentou Mário Centeno aos jornalistas, questionado sobre as propostas de alteração ao documento que é submetido na segunda-feira a votação final global.

A versão final do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) contará com mais de 80 propostas de alteração dos vários partidos, além das apresentadas pela bancada socialista, tendo também o CDS, na oposição, conseguido aprovar propostas.

“O parlamento teve um rico e longo debate […]. O Orçamento que temos para executar em 2018 é um orçamento de rigor, robusto, de apoio à economia, de apoio às famílias, de melhoria dos serviços públicos e seguramente todo o Governo se revê no Orçamento”, afirmou ainda Mário Centeno, à margem de uma visita aos serviços aduaneiros do Aeroporto de Lisboa.

O ministro das Finanças considerou ainda que existe “um enorme consenso em torno das principais medidas” a implementar.

No dia em que o Governo assinala dois anos, Mário Centeno destacou “o processo de sucesso de recuperação da economia portuguesa”, avisando que o “rigor das contas públicas” é para manter.

“Ainda ontem [sexta-feira] mostrámos quão saudáveis estão as contas públicas. Pode dizer-se que os portugueses estão hoje mais orgulhosos de ser portugueses e de apresentar-se como aquilo que são”, comentou aos jornalistas, numa referência à síntese da execução orçamental até outubro.

Segundo o Ministério das Finanças, o défice das administrações públicas foi de 1.838 milhões de euros até outubro, "uma melhoria de 2.664 milhões de euros", com um "aumento da receita de 4,2%" e uma "estabilização da despesa".

Sobre uma eventual candidatura à presidência do Eurogrupo (reunião de ministros das Finanças dos Estados-membros da zona euro), Mário Centeno disse que “é um debate que decorre no seio” da organização e que “a seu tempo” serão feitas declarações sobre a matéria.

Ainda em declarações aos jornalistas, Centeno vincou que ser ministro das Finanças do atual Governo em Portugal “tem uma importância muito grande no contexto europeu”.

“É preciso recordar o que foram os dois anos deste Governo. […] Este exemplo de grande sucesso que hoje Portugal inspira na Europa é aquilo que mais me deixa feliz. É muito bom que seja possível por parte dos outros países europeus rever-se num Portugal cumpridor, em que a coesão social e política é um caso ímpar na Europa de hoje. São essas as mensagens que tenho levado para as reuniões do Eurogrupo”, afirmou.

[Artigo atualizado às 14:49]