A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que os portugueses pagaram em impostos e degradação de serviços públicos o preço da permanência no poder do primeiro-ministro e da solução governativa atual.
"Este ano todos os portugueses pagaram em impostos e em degradação de serviços públicos o preço da sua permanência no poder e o preço da sua solução governativa", afirmou Assunção Cristas no parlamento, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa.
A líder centrista fez um balanço do ano governativo e ofereceu presentes simbólicos ao chefe do executivo: um par de óculos, porque "as vezes vê as coisas desfocadas, tudo muito cor-de-rosa", um "soro da verdade" para reconhecer a "avaliação política" do anterior Governo, e um pacote das propostas apresentadas pelo CDS.
Na resposta, António Costa disse que ofereceria a Assunção Cristas "um retrovisor" para ver o seu passado governativo, mas disse que confirmou ser a boa "mãe Natal" que imaginou e sugeriu que o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, também pudesse vestir-se de pai Natal para competir com o CDS.
Este último comentário levou ao protesto dos sociais-democratas, que, através de Marco António Costa, consideraram de "muito mau gosto" que o primeiro-ministro faça "gracinhas" sobre o seu grupo parlamentar quando responde a outros, em vez de se pronunciar sobre as questões levantadas pelo PSD.
Assunção Cristas, por seu turno, referiu-se aos sindicatos em termos que o primeiro-ministro reprovou, considerando que não devem ser usados acerca de nenhum parceiro social.
Enumerando o que o Governo "fez bem", a líder centrista afirmou: "Garantiram sindicatos amestrados, bem sabemos a que preço: calam-se os sindicatos e ignoram-se os utentes".
"Asseguraram estabilidade política, da qual, aliás, nunca duvidei, porque quem assim chega ao poder tudo faz para o manter. E fazem uma bela propaganda, e nisso são os melhores. Acho mesmo que os devíamos contratar quando somos nós a governar", prosseguiu.
Sublinhando sempre o que considera ser a degradação dos serviços públicos, sobretudo na educação e na saúde, Cristas culpou o "fanatismo do défice que de repente se instalou" no Governo.
Numa intervenção em que insistiu no relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) sobre reformas laborais do anterior Governo, Assunção Cristas perguntou ao primeiro-ministro se vale a pena preservar "alguma coisa da anterior governação, nomeadamente a reforma laboral".
A presidente do CDS questionou ainda António Costa sobre a solução encontrada para os lesados do papel comercial do BES (Banco Espírito Santo): "Será que os portugueses não vão todos transformar-se em lesados do BES?".
Na resposta, o chefe de Governo não se referiu, contudo, aquelas matérias, abordadas em respostas anteriores.
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