Em decreto publicado pelo Vaticano, o Papa anunciou que promulgou a “nova Carta Constitucional” da Ordem de Malta e a “entrada imediata em vigor” das novas regras.

O papa decidiu assim destituir todos os altos cargos, o atual Conselho soberano e criar um provisório, cujos 13 membros são nomeados pessoalmente por si.

A Ordem de Malta, fundada em Jerusalém e reconhecida pelo Papa no ano de 1113, é uma ordem religiosa sediada em Roma e que é reconhecida como sendo uma importante organização de caridade.

Atualmente conta com 13.500 membros, incluindo 50 religiosos, que cuidam do trabalho hospitalar e humanitário da Ordem de Malta que possui mais de 100 mil funcionários ou voluntários espalhados por 120 países.

A crise no seio da Ordem de Malta e em suas relações com o Vaticano eclodiu com uma disputa no topo da Ordem em 2016, quando o Grão-Mestre da Ordem de Malta, que é seu chefe, pediu ao Grão-Chanceler que renunciasse.

Alguns “Cavaleiros da Ordem” opuseram-se e pediram a intervenção do Papa Francisco, que enviou uma comissão de inquérito e levou à demissão do Grão-Mestre, cujas anteriores decisões foram anuladas.

Francisco nomeou então um “delegado pontifício”, seu representante pessoal na Ordem, e a partir daí começou a trabalhar na reforma da Carta Constitucional da Ordem.

O projeto de reforma da Carta Constitucional elaborado pelo delegado pontifício prevê que a Ordem de Malta seja “sujeito da Santa Sé”, isto é, do Vaticano, mas tal revela-se controverso, já que os “Cavaleiros de Malta” temem ver a Ordem reduzida a “uma associação de religiosos”, segundo refere um artigo de uma publicação religiosa italiana.