A iniciativa de debate, a realizar eventualmente em dezembro, vai ser defendida por António Panzeri, coordenador da Comissão dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu, que se manifestou sensibilizado pela intervenção de Liliana Rodrigues, eleita nas listas do Partido Socialista, que “prometeu tudo fazer para levar o debate a plenário, já no próximo mês de dezembro, com caráter de urgência”, segundo um comunicado enviado pela assessoria da eurodeputada à agência Lusa.
No encontro de hoje, Liliana Rodrigues defendeu ser preciso “trabalhar para garantir o direito internacional no Senegal”, afirmando que existem provas “de uma realidade muito escondida”, e espera que o “Parlamento tome uma decisão” em relação a essa situação.
No encontro, subordinado ao tema “O direito das crianças à educação: escolas de Daara, Senegal”, participou também o fotojornalista português Mário Cruz, da agência Lusa.
A eurodeputada elogiou o trabalho de Mário Cruz, que pôs a descoberto a “realidade escondida” das crianças que frequentam escolas corânicas, destacando que o fotojornalista “passou cerca de um mês e meio, em 2015, entre a Guiné-Bissau e o Senegal, a reunir fotografias com o objetivo de expor a realidade das crianças nas escolas Daara”.
Segundo a intervenção de Mário Cruz, aquilo que viu foi “terrível”, considerando que no Senegal não existe um sistema de educação, mas sim de “exploração”, com crianças que têm de “estar mais de oito horas a pedir esmolas” e a serem “espancadas”.
Tal como vem descrito no comunicado, a Human Rights Watch acredita que “pelo menos 50 mil destes rapazes são forçados a mendigar nas ruas senegalesas”.
“Entre 2008 e 2013, o Senegal recebeu da União Europeia (UE) 340,3 milhões de euros. Em 2016 a UE libertou cerca de 60 milhões para projetos de parceria e em 2017 contribuiu com 4,1 milhões de euros na ajuda humanitária de combate à subnutrição que atinge 20.400 crianças naquele país”, finaliza a nota.
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