“Não podemos deixar de lamentar que o governo tenha recorrido a um mecanismo que o anterior governo de direita (PSD-CDS/PP), de forma inédita, pôs na lei para considerar que na educação os exames são serviços mínimos”, disse aos jornalistas a deputada do BE Joana Mortágua, em Lisboa, junto à escola onde a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) fez um primeiro balanço da greve.
Joana Mortágua sublinhou a tentativa de diálogo entre Ministério da Educação e sindicatos para “corrigir tantos erros do passado” que, na sua opinião, “tanto afetaram a escola pública”.
Tal como os sindicatos, o Bloco de Esquerda vai exigir saber quantos professores serão abrangidos pela vinculação extraordinária de contratados e defende que as carreiras sejam descongeladas e valorizadas, para uma progressão justa, bem como o diálogo em torno de um regime de aposentação especial que permita renovar o corpo docente: “Um terço dos professores vai reformar-se nos próximos 10 anos”.
Apesar de reconhecer que houve alguma aproximação do Ministério da Educação a determinadas matérias reclamadas pelos professores, o BE entende os motivos da greve e considera que os exames não são “uma necessidade inadiável” para serem decretados serviços mínimos.
“A partir do momento em que os professores decidem fazer greve, há várias maneiras de fazer com que isso não prejudique os alunos, de prever esse adiamento com calma e tranquilidade”, declarou Joana Mortágua.
“Não vemos necessidade, pelo contrário, lamentamos que o governo tenha recorrido aos serviços mínimos para minorar os efeitos desta greve e dessa forma retirar também impacto negocial aos sindicatos nesta greve”, sustentou.
Pelo PCP, a deputada Ana Virgínia Pereira saudou todos os professores em luta. “As suas reivindicações são justas”, disse.
A vida dos professores, considerou, tem influência na estabilidade e na qualidade da escola pública.
“Têm reflexo nas aprendizagens as condições de trabalho dos professores”, defendeu a deputada.
Ana Virgínia Pereira pediu sensibilidade ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para resolver “os problemas dos professores”, alertando para a necessidade de vincular precários e valorizar as carreiras.
“Sempre estaremos do lado dos professores que estejam a lutar pela sua carreira, pela sua vinculação e pela sua e pela regulação dos seus horários”, declarou.
A greve de hoje foi decretada pela Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e pela Federação Nacional da Educação (FNE).
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