“O PCP condena a agressão militar turca em curso contra a Síria, visando a ocupação direta de parte do seu território, o que constitui uma aberta violação do Direito Internacional e um novo e perigoso desenvolvimento na agressão a esse país”, declarou o partido em comunicado.
Os comunistas reclamam do Governo português “uma clara posição de distanciamento e rejeição da estratégia de desestabilização, agressão e divisão da Síria”.
O partido acusou “os governos e instituições que se distanciaram nos últimos dias deste acontecimento” de hipocrisia, falando em “cumplicidade” a União Europeia, nomeadamente da França e do Reino Unido, “na sucessão de subversões, agressões e crimes na região do Médio Oriente, desde logo contra a Síria”.
O PCP alegou ainda que “os diversos grupos terroristas que se mantêm em território sírio estiveram, ou continuam a estar, às ordens das potências imperialistas agressoras que os criaram, treinaram, financiam, armam e protegem como parte da sua estratégia de desestabilização, ocupação e divisão da Síria.”
O partido deixou ainda críticas à administração norte-americana do Presidente Donald Trump, que classificou de responsável por “complexas manobras de conspiração, de que a sua postura face a esta agressão é parte integrante, e para o perigo de esta se poder inserir numa operação mais vasta visando libertar milhares de terroristas do denominado 'Daesh' e de outros grupos”
O PCP "reafirma a exigência do fim da agressão contra a Síria, da retirada de todas as forças militares estrangeiras de ocupação”, pedindo ainda a “devolução de todos os territórios sírios à soberania da República Árabe Síria”.
Os comunistas manifestaram solidariedade para com o povo sírio, que consideram vítima da “estratégia de agressão e divisão da Síria promovida pelo imperialismo”.
A Turquia lançou na quarta-feira uma operação militar, que inclui alguns rebeldes sírios, contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), grupo que considera terrorista, mas que é apoiado pelos ocidentais para combater o grupo extremista EI.
Desde o início da ofensiva turca, pelo menos 104 combatentes curdos e cerca de 60 civis morreram na sequência dos confrontos, segundo o mais recente balanço do OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos).
A ofensiva turca no nordeste da Síria já provocou cerca de 130 mil deslocados, de acordo com a ONU.
O Ministério da Defesa turco tem afirmado, em diversas ocasiões, que todas as medidas necessárias foram tomadas no âmbito desta operação para evitar baixas civis.
Segundo Ancara, a operação militar que arrancou na quarta-feira visa “os terroristas das YPG e do Daesh [acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico]” e pretende estabelecer uma “zona de segurança” no nordeste da Síria.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.
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