“Continuamos a defender a reposição do ramal ferroviário da Lousã”, entre Coimbra, Miranda do Corvo e Serpins (Lousã), e sua “ligação à rede ferroviária nacional”, através das estações Nova e de Coimbra-B, disse à agência Lusa o dirigente comunista e vereador da Câmara de Coimbra Francisco Queirós.

O anunciado fecho da Estação Nova e “arranque dos carris até à estação de Coimbra B” é “uma decisão errada”, que contribui para “aumentar a desertificação da Baixa” da cidade e prejudica quem se desloca de comboio, sustenta Francisco Queirós, que falava à agência Lusa depois de ter participado, hoje, ao final da manhã, na Estação Nova, numa ação de sensibilização da população para esta causa e que dá início a uma campanha contra estas medidas e “em defesa do transporte ferroviário”.

O fim da Estação Nova e remoção dos carris até Coimbra-B, na Linha do Norte, “reduz ainda mais a possibilidade de ligação do Ramal da Lousã à rede ferroviária nacional”, salienta Francisco Queirós, manifestando-se contra a intenção do Governo de instalar um sistema de ‘metro bus’ na Linha da Lousã, cujos carris foram removidos, em 2010, no âmbito do projeto de criação de um metropolitano ligeiro de superfície neste ramal e em Coimbra.

“Em cima dos milhões já gastos no Ramal da Lousã, o recurso a autocarros [‘metro bus’] em substituição do comboio implica gastar mais 90 milhões de euros”, afirma o vereador, que é o único representante da CDU na Câmara de Coimbra, destacando que “metade” daquela verba “seria suficiente para repor e eletrificar a linha ferroviária [da Lousã], reaproveitando o material circulante existente na CP”.

A opção rodoviária, “impedindo a ligação à rede ferroviária nacional, reduz a possibilidade de desenvolvimento da região, por ser mais lenta, mais cara, menos amiga do ambiente e não permitir o transporte de mercadorias”, sustenta o PCP, no folheto hoje distribuído na Estação Nova, durante a ação de sensibilização da população para a situação.

“Esta solução significará a privatização de importantes parcelas dos transportes urbanos de Coimbra, prejudicando os SMTUC [Serviços Municipalizados de Transportes urbanos de Coimbra] e conduzindo ao aumento de preços”, anteveem os comunistas.

É necessário, conclui o PCP, “cumprir o projeto de resolução aprovado na Assembleia da República”, propondo a extinção da empresa Metro Mondego (criada para a implantação do metropolitano de superfície no Ramal da Lousã e na cidade de Coimbra), a “devolução do seu património ao domínio público ferroviário e municipal” e a “reposição, modernização e eletrificação do ramal ferroviário da Lousã”.

O abandono da solução ferroviária é “um profundo erro, como se comprova pelos problemas resultantes do encerramento de linhas e pelas reclamações dos utentes sobre o funcionamento da opção rodoviária”, adverte Francisco Queirós, defendendo que Coimbra, “como acontece em muitas cidades europeias”, precisa de “comboio no centro da cidade”.