Em declarações à Lusa, Daniel Vieira falou sobre a mais recente edição, que tem como destaque uma entrevista ao arquiteto Siza Vieira, mas também um outro artigo sobre "um projeto importante de preservação da memória de repressão fascistas, no antigo museu militar", no Porto, assim como textos de reflexão.

"A reedição (da revista) surgiu a partir da identificação da necessidade de termos um espaço de seleção e partilha, de diálogo de intelectuais comunistas do Porto, mas também intelectuais de outras áreas, das artes e cultura. Queremos criar um espaço de reflexão que vai para la daquilo que é o PCP e dessa forma apelar ao debate político e cultural", explicou, ainda antes do lançamento.

Esta edição conta ainda com algumas efemérides, sendo uma delas o bicentenário de Karl Marx, celebrado com a publicação de "um texto inédito, um conjunto de cartas trocadas entre Marx adolescente e o seu pai, que não estavam traduzidas para português", mas também artigos que abordam temas atuais.

"Tentamos tratar temas como a habitação, que tem sido tanto debatida no Porto, resultado do fenómeno turístico. As questões da paz, intervenções militares, inteligência artificial, a União Europeia, a luta contra a pobreza. Um conjunto de temas que junta intelectuais prestigiados", indicou.

O economista José Madureira Pinto, o escritor José António Gomes, o maestro Gulhermino Monteiro e a dirigente comunista Ilda Figueiredo são alguns dos nomes que compõe o regresso da Diagonal, e Daniel Vieira confessou já ter "ideias para novas edições", sublinhando que o grupo de trabalho não quer que "fique por aqui".

A apresentação decorreu esta tarde, na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, "com a presença de autores, da comissão organizadora da revista e de Jaime Toga, da comissão política do comité central do PCP".