Numa entrevista à TVI/CNN, Pedro Nuno Santos disse que não se chegou a um acordo com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e por isso resta ao PS “esperar para conhecer” a proposta do Governo para fazer a sua avaliação.
“No momento certo vou apresentar uma proposta à Comissão Política Nacional”, afirmou, esclarecendo que a sua “vontade depende de conhecer o orçamento”.
O líder do PS assumiu que, caso tivesse chegado a acordo com o Governo, se estaria num “ponto diferente hoje”.
"Nós não chegámos a acordo e isso implica que nós partamos para este processo orçamental agora de outra forma que partiríamos se tivéssemos chegado a acordo", avisou.
Em relação às duas linhas vermelhas traçadas pelo PS para esta negociação, quanto ao IRS Jovem Pedro Nuno Santos defendeu que "o Governo teve uma derrota ainda antes de começar a negociação" com os socialistas.
"No IRS Jovem houve um abandono de uma medida que era profundamente errada e muito cara. A partir do momento que o IRS Jovem é modelado pelo Governo não é o IRS Jovem do Governo do PS. Deixa de ser, passa a ser uma nova medida, melhor do que a anterior, mas ainda é uma medida com um custo muito elevado e com uma desigualdade intergeracional que prevalece", referiu.
Já em relação ao IRC, o líder do PS disse "tirar o chapéu ao Governo e à capacidade que tem de fazer de conta que houve uma cedência hoje".
"Passou pela cabeça de alguém que pudesse haver um Orçamento do Estado viabilizado pelo PS com uma redução do IRC até 17% e que permita hoje ao Governo dizer 'nós até retirámos isso'. Nunca esteve", contrapôs.
Sobre a eventualidade de a privatização da TAP estar no orçamento, Pedro Nuno Santos disse não acreditar que venha a estar na proposta que o Governo vai entregar na quinta-feira no parlamento.
"Se estiver no orçamento é porque o Governo não quer viabilizar o orçamento. Toda a gente sabe qual é a posição do PS e do atual secretário-geral no que diz respeito à TAP", começou por referir, acrescentando que, tomando "como boa" a palavra de partidos como o Chega, "não há privatização da maioria do capital a passar no parlamento".
Sublinhando que a visão do país entre PSD e PS "é muito diferente", o líder socialista enfatizou que no discurso do Governo de Luís Montenegro sobre imigração, segurança, justiça ou resposta dada aos incêndios, houve uma aproximação ao Chega e um distanciamento em relação ao PS.
"O PS não empurra o Governo para lado nenhum. O pior que faríamos era o PS definir o seu sentido de voto em função do que nós achamos que o Chega pode ou não fazer. Isso seria inaceitável. Era o pior serviço que se podia fazer à democracia", respondeu.
Para Pedro Nuno Santos, "a bipolarização politica tem que ser entre o PS e o PSD e não entre o Chega e o PSD+PS".
"A indiferenciação entre PS e PSD é que é o maior contributo que se podia dar ao Chega", defendeu.
Sobre a diferença de posições que há dentro do partido sobre o sentido de voto no OE2025, o líder socialista desvalorizou esta divisão.
"O PS é um partido aberto, grande, plural, mas o PS na hora da verdade é capaz de intervir politicamente na unidade. Não temos essa característica que o PSD mostra na oposição", disse.
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