Santos Oliveira adiantou que a queixa-crime vai ser apresentada na Procuradoria-Geral da República entre hoje e quinta-feira.

Segundo o advogado, a queixa-crime está relacionada com “a violação do segredo de justiça perante a comunidade policial”, uma vez que a direção nacional da PSP não devia ter divulgado que os dois agentes foram suspensos e que eram os responsáveis pelo armazém das armas da polícia.

Na semana passada, um comunicado do Ministério da Administração Interna informava que a PSP tinha suspendido de funções dois agentes e instaurado um inquérito ao armazenamento de armas da direção nacional após terem sido extraviadas 50 armas de nove milímetros.

O extravio das armas foi comunicado ao Ministério Público para investigação e apuramento de responsabilidades criminais e, segundo a Procuradoria-Geral da República, existe um inquérito crime sobre este caso no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

O advogado dos dois agentes suspensos avançou também à Lusa que enviou hoje um requerimento a solicitar para que sejam ouvidos pelo Ministério Público.

Santos Oliveira afirmou que os dois polícias não foram ouvidos nem pelo Ministério Público, nem pela direção nacional da PSP no âmbito do inquérito em curso, e que ainda não foram constituídos arguidos.

Os dois agentes já apresentaram também uma providência cautelar para que seja levantada a suspensão imposta pela direção nacional, estando à espera da decisão do tribunal, disse o advogado, referindo que recebem menos de um sexto do ordenado.

Na sequência da apreensão de uma arma de fogo durante uma operação policial que decorreu no Porto, foi detetado que esta pertencia ao armazém de material de guerra da direção nacional da PSP, segundo fonte policial.

A mesma fonte adiantou que foi feita uma contabilização do armamento e foi detetado o extravio de um lote de 50 armas de nove milímetros.

A fonte policial disse que os dois agentes suspensos eram responsáveis pela listagem das armas e tinham acesso direto ao armazém.