Estas duas reivindicações, que os politécnicos apresentaram à tutela, resultam de uma reunião em Leiria, no final de outubro, na qual foi tomada uma posição conjunta pelos 13 institutos superiores politécnicos.

Num comunicado divulgado na sequência dessa reunião, os presidentes dos Conselhos Gerais explicam que estas pretensões têm por base, entre outros argumentos, “a evolução” dos institutos politécnicos, desde a sua formação.

Esta evolução, explicam, tem sido “pautada pela pressão do acesso ao ensino superior, assim como, mais recentemente, marcada pela qualificação – ao mais alto nível – do seu corpo docente, e pela capacidade e prática ao nível da investigação”.

Os presidentes dos Conselhos Gerais consideram que a atual impossibilidade de atribuição do grau de doutor pelos institutos politécnicos constitui “uma limitação ao serviço que têm capacidade de prestar ao país e às regiões em que se inserem, bem como para o seu próprio desenvolvimento institucional”.

Na realidade europeia verifica-se atualmente “uma tendência para que as instituições politécnicas possam outorgar o grau de doutor”, alegam, assegurando ainda que a estratégia de internacionalização do ensino superior nacional tem sido dificultada pela não utilização da designação University of Applied Science.

A possibilidade de outorgar doutoramentos é há muito defendida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), mas a tutela não prevê para já alterações nesta matéria.

Numa conferência sobre avaliação e acreditação no ensino superior, o presidente da A3ES, a agência com essa missão em Portugal, defendeu a possibilidade de os politécnicos ministrarem doutoramentos, mas apenas de caráter profissional, em ligação com as empresas, “desde que tenham capacidade para o fazer” e haja “uma avaliação exigente”.