“O Partido Popular não vai entrar nisto, não é um tema que preocupe os espanhóis, portanto, quando chegar o momento diremos isto. Este assunto não vai com a Espanha de 2018, nem como o Partido Popular. Abstemo-nos com absoluta indiferença”, assegurou Javier Maroto num encontro com os media.

No sábado foi publicado o decreto real, aprovado no último Conselho de Ministros, que permitirá exumar o ditador e tornar, a partir de agora, o Vale dos Caídos num “lugar de celebração, recordação e homenagem às vítimas” da Guerra Civil, onde só poderão permanecer os restos mortais dos cidadãos que perderam a vida na contenda.

Javier Maroto assegurou que a posição de abstenção do partido é motivada por duas razões.

“Em primeiro lugar porque significa que a nossa formação não quer ter qualquer vinculação com um regime que era uma ditadura onde as liberdades não estavam garantidas”, explicou o vice-presidente do PP.

“Por outro lado, porque acreditamos que deve haver um governo que não revolva e remexa na tumba de há 40 anos, mas que procure e encontre oportunidades para os espanhóis no futuro. Portanto, esta abstenção significa desvalorizar essa decisão do governo”, observou.

Javier Maroto disse ainda que se o assunto “está sobre a mesa é porque o senhor Sanchez [primeiro-ministro espanhol] precisa, como os polvos, de largar tinta sobre assuntos que não lhe saem bem”.

“Com o que se passa na Catalunha, a imigração e em matéria económica, não me espanta que precise de usar truques como este”, afirmou.