Os jornalistas da AP também estiveram entre os finalistas nas categorias de fotorreportagem, pela cobertura da crise política no Sri Lanka, e pelo impacto da invasão russa da Ucrânia nas pessoas idosas.

Para o prémio do serviço público, o júri citou o trabalho do vídeojornalista Mstyslav Chernov, do fotógrafo Evgeniy Maloletka, da produtora de vídeo Vasilisa Stepanenko e da repórter Lori Hinnant. Durante quase três semanas, os únicos jornalistas estrangeiros em Mariupol eram da AP, que capturaram imagens notáveis de uma mulher grávida ferida a ser transportada para ter cuidados médicos e de soldados russos a dispararem sobre alvos civis.

Outros distinguidos com o Pulitzer foram o AL.com, de Birmingham, no Estado do Alabama, pelo noticiário e comentário local, o Los Angeles Times, o New York Times e o Washington Post.

Estes prémios distinguem o melhor no jornalismo em 2022, em 15 categorias, bem como em oito categorias artísticas, focadas em livros, música e teatro.

O distinguido pelo serviço público recebe uma medalha de ouro, os outros, 15 mil dólares.

O vice-presidente da autarquia de Mariupol afirmou que o trabalho da AP suscitou a atenção internacional, que levou a pressões para os russos abrirem vias de retirada de pessoas, o que permitiu salvar milhares de vidas.

“Informaram o mundo sobre o custo humano desta guerra nos seus primeiros dias”, disse a editora executiva da AP, Julie Pace, durante uma comemoração dos prémios, via Zoom. “Serviram de contrapeso da desinformação russa e ajudaram a abrir um corredor humanitário de saída de Mariupol com o seu trabalho”, realçou.

A equipa de fotógrafos da AP distinguida com o prémio inclui, além de Maloletka, também Bernat Armangue, Emilio Morenatti, Felipe Dana, Nariman El-Mofty, Rodrigo Abd e Vadim Ghirda.

“Estar lá foi provavelmente mais importante e crítico do que nunca”, disse o diretor de fotografia da AP, David Ake.

A revista The Atlantic ganhou um prémio na categoria de jornalismo explicativo, pela investigação, feita por Caitlin Dickerson, da política de Donald Trump de separar pais e filhos na fronteira.

Premiados foram também o Wall Street Journal, pelas notícias sobre dirigentes públicos que possuíam ações de empresas que podiam beneficiar com as decisões políticas, e Anna Wolfe, do Mississippi Today, pela exposição de um antigo governador que dava dinheiros públicos a amigos e familiares.

Andrew Long Chu, da revista New York, ganhou um Pulitzer por crítica, Nancy Ancrum, Amy Driscoll, Luisa Yanez, Isadora Rangell and Lauren Constantino, de Miami Herald, pelas prosas editoriais, Mona Chalabi, colaboradora do New York Times, pelas ilustrações de notícias e comentários, e o ‘staff’ da Gimlet Media, pelo noticiário radiofónico.

Os prémios foram estabelecidos por vontade do editor Joseph Pulitzer e começaram a ser atribuídos em 1917.