"Imaginemos esta situação (...) O chefe de Estado de uma potência nuclear viaja, digamos, para a Alemanha e é detido. O que é isto? Uma declaração de guerra contra a Rússia", declarou Medvedev, atual número dois do Conselho de Segurança russo.

Num cenário destes, dando como exemplo o estado alemão, "todas as nossas capacidades, como mísseis e outros, seriam direcionados contra o Bundestag (Parlamento alemão), o gabinete do chanceler e assim por diante", acrescentou Medvedev.

O TPI, com sede em Haia, nos Países Baixos, emitiu na semana passada uma ordem de prisão contra Putin, acusado de crimes de guerra pela "deportação" de crianças ucranianas durante a ofensiva de Moscovo contra a Ucrânia.

De acordo com Kiev, mais de 16 mil crianças ucranianas terão sido deportadas para a Rússia desde o início da ofensiva, há pouco mais de um ano, apontando que muitas terão sido transferidas para instituições e locais de adoção.

O TPI denunciou na quarta-feira as "ameaças" de Moscovo, depois que das autoridades judiciais russas terem anunciado a abertura de uma investigação criminal contra vários juízes e contra o promotor do tribunal internacional, Karim Khan.

No início da semana, Medvedev ameaçou o TPI com um ataque de mísseis e afirmou que os magistrados deveriam "olhar para o céu com atenção".

A Rússia, que não reconhece o TPI, considera a ordem de prisão contra Putin juridicamente "nula".