Na segunda-feira, a autarquia tinha afirmado à Lusa, na sequência de uma denúncia feita no domingo, que se tinha tratado da rutura de um coletor público e que os dejetos não estavam ligados ao uso da casa de banho.
Na segunda-feira, a autarquia tinha afirmado à Lusa, na sequência de uma denúncia feita no domingo, que se tinha tratado da rutura de um coletor público e que os dejetos não estavam ligados ao uso da casa de banho.
No entanto, falando na reunião pública do município, a decorrer hoje à tarde nos Paços do Concelho, Fernando Medina (PS) esclareceu que a presença de dejetos junto ao Panorâmico de Monsanto ocorreu devido a “um erro do município” que “não deveria ter acontecido”.
“A razão do acidente foi o facto de a conduta não ter sido ligada diretamente à conduta de saneamento”, explicou Medina, acrescentando que a ligação foi feita “a um elemento de águas pluviais que faz as descargas dentro de Monsanto” e que “nunca devia ter sido utilizada para resíduos sólidos”.
O chefe do executivo municipal garantiu que, na sequência da denúncia de domingo, “foram de imediato desenvolvidas todas as medidas para a limpeza do local”, estando “em curso a avaliação dos motivos” do acidente.
Fernando Medina disse que conta ter até sexta-feira um relatório detalhado dos motivos desta rutura, o que irá permitir corrigir os procedimentos internos, nomeadamente passar a identificar os pontos de ligação.
Uma vez que a autarquia não identificou “expressamente os pontos de ligação” ao promotor do festival Iminente, coorganizado pela câmara, o erro não lhe pode ser atribuído, referiu ainda o autarca.
Intervindo na sessão após os esclarecimentos iniciais de Fernando Medina, o vereador do PSD João Pedro Costa criticou as explicações feitas pelo município na segunda-feira, reiterando que “não se verificou uma rutura de coletor”, mas sim “uma descarga normal num esgoto para ser pluvial e que não estava preparado para ser esgoto doméstico”.
O social-democrata acusou também o executivo municipal de descoordenação interna, afirmando que é “evidente” que os dejetos estão ligados ao uso das casas de banho.
Em resposta, Fernando Medina admitiu incorreções no comunicado, justificando que os esclarecimentos da autarquia foram feitos com base na “melhor informação que havia à altura”.
Os deputados do partido Ecologista "Os Verdes" e do CDS-PP na Assembleia Municipal de Lisboa entregaram recentemente requerimentos, pedindo mais esclarecimentos à câmara sobre esta situação.
A quarta edição do festival Iminente decorreu entre quinta-feira e domingo nos espaços do Panorâmico de Monsanto, um edifício localizado no Parque Florestal de Monsanto, que esteve várias décadas abandonado até ser convertido num miradouro de Lisboa.
Por causa do festival, no local foram instalados equipamentos de restauração, bares e zonas de casas de banho.
O festival Iminente, com curadoria de Alexandre Farto (Vhils), é coorganizado pela plataforma Underdogs e pela Câmara Municipal de Lisboa.
(Notícia atualizada às 17h37)
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