“Fui informado que a empresa pretende fechar esta loja institucional que tem no concelho, que é a única que existe aqui. Isto é absolutamente ridículo e inaceitável”, afirmou Humberto Cerqueira.

O autarca do distrito de Vila Real disse que há ainda "muita gente que recorre a este serviço, sobretudo pessoas idosas".

A alternativa passa, segundo explicou, por uma papelaria que, na opinião do autarca, deveria “apenas ser complementar ao serviço”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial dos Correios garantiu que “todos os serviços que são atualmente prestados pela loja dos CTT, vão manter-se à disposição dos cidadãos, através de um ponto de acesso em Mondim de Basto.

Este ponto de acesso, de acordo com a fonte, “funciona a 490 metros da loja dos CTT que será encerrada” e ali será assegurada a “continuidade do serviço postal universal, bem como do pagamento de vales de prestações sociais e do pagamento de faturas.

Os CTT referiram ainda que, com a associação a um parceiro, dinamizam “a economia local e a criação de emprego na região” e que os “trabalhadores da loja a encerrar serão transferidos para outras Lojas CTT”.

“Podemos, no ridículo, num dia destes, para as pessoas terem acesso ao serviço dos CTT, terem que recorrer, por exemplo, a uma funerária”, ironizou o presidente da Câmara de Mondim de Basto.

Humberto Cerqueira reforçou que os CTT são uma “empresa que presta um serviço público, que tem milhões de euros de lucro, que divide esses milhões em dividendos com os acionistas e não consegue manter uma loja que custa cerca de 20 mil euros anuais no concelho”.

O autarca socialista apelou à intervenção do Governo, do Presidente da República e dos grupos parlamentares e defendeu que o contrato de concessão devia “ser revisto” porque “claramente o serviço público não está a ser cumprido”.

“Está na agenda política de todos a questão da interioridade e dos concelhos de baixa densidade e isto tem que ter uma aplicação prática.

"Não podemos ter apenas discursos e, na prática, assistirmos ao encerramento dos serviços”, frisou.

O autarca referiu ainda que, desde a privatização da empresa, em 2013, “os CTT têm vindo a diminuir a sua qualidade”.

“Os carteiros com vínculos à empresa têm sido substituídos por tarefeiros, que muitas vezes não conhecem o território nem as pessoas, há muitas queixas de atrasos dos correios, de dificuldades de acesso ao serviço e esta é a consequência final da privatização da empresa”, salientou.

Com um cabeleireiro em frente à loja dos CTT, Ana Cruz lamentou a decisão de encerramento.

“Fomos apanhados de surpresa com esta notícia. Há umas semanas disseram-nos que não era para fechar e afinal, agora, fecha mesmo. É pena”, salientou.

À porta da loja dos CTT, nenhum dos clientes abordados pela agência Lusa quis prestar declarações.

No distrito, os Correios fecharam recentemente uma das duas lojas institucionais que a empresa tinha em Vila Real.

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