Marcelo Rebelo de Sousa expressou a solidariedade às vítimas do sismo em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma escola em Olhão, realizada hoje de manhã para manifestar o apoio às autoridades locais e a um cidadão estrangeiro agredido e roubado por um grupo de jovens, em 25 de janeiro, numa ação divulgada publicamente num vídeo publicado nas redes sociais, que motivou indignação e condenação por parte das autoridades portuguesas.

“É uma tragédia e, se me permitem, até é maior a tragédia na Síria, do que na Turquia. É evidente que, na Turquia, ocorre-nos pensar mais rapidamente no que aconteceu, porque é um país mais próximo, mas cá está, com outras estruturas e o número de vítimas foi muito inferior àquilo que se imagina que é na Síria”, afirmou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que a sua posição já foi manifestada aos “respetivos chefes de Estado” da Turquia e da Síria e, por esta via, “aos povos turco e sírio”, que esta madrugada foram atingidos por um terramoto que destruiu edifícios e causou cerca de 1.500 vítimas mortais.

Questionado sobre a inexistência de vítimas portuguesas na zona do sismo, que afetou o sudoeste da Turquia, junto à fronteira com a Síria, o Presidente da República respondeu que, “até agora, era a indicação que as autoridades portuguesas tinham”.

“Mas, como imaginam, na Síria o apuramento é mais difícil. E, mesmo na Turquia, no sul da Turquia. Mas, até agora, a notícia que eu tinha não indicava nenhuns portugueses” entre as vítimas, afirmou o chefe de Estado português.

O terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter que atingiu hoje o sudeste da Turquia, perto da fronteira com a Síria e que provocou cerca de 1.500 mortos, foi um dos mais fortes registados nos últimos 100 anos.

O tremor de terra ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas.

O sismo de hoje foi um dos mais fortes em 100 anos, a par do que abalou Erzincan, no leste da Turquia, em 26 de dezembro de 1939, também com magnitude de 7,8 na escala de Richter. Este terremoto de 1939 deixou mais de 32.000 mortos e provocou um ‘tsunami’ no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilómetros do epicentro.

O terramoto que provocou mais mortos nos últimos 50 anos, com uma magnitude de 7,4 na escala de Richter, ocorreu em 17 de agosto de 1999 e o seu epicentro foi localizado em Izmir, no noroeste do país, com cerca de 17 mil mortos, 500 mil desabrigados, 45 mil feridos e 15 milhões de afetados.

O último tremor que tinha causado mais de uma centena de mortes na Turquia ocorreu a 30 de outubro de 2020, com magnitude 6,8 e epicentro no mar Egeu, a 60 quilómetros ao sul da cidade de Izmir. No total, 115 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas na Turquia e outras duas morreram na ilha grega de Samos.