O conflito, que causou mais de 300.000 mortos desde 2003 segundo a ONU, valeu a Bashir dois mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
O chefe de Estado do Sudão afirma que a guerra está terminada — o que é contestado por organizações de defesa dos direitos humanos — e as Nações Unidas decidiram reduzir as suas forças na missão conjunta ONU-União Africana no Darfur (MINUAD), devido a uma redução dos combates na região.
“O Darfur está a recuperar (da guerra) e o próximo passo é esvaziar os campos de deslocados, pois não queremos mais deslocados”, disse Bashir numa convenção de jovens em Cartum.
A ONU estima em 2,5 milhões os deslocados pelos combates há perto de 15 anos no Darfur, um território do tamanho da França. A maioria vive nos campos.
“Os deslocados devem regressar às suas localidades, providenciaremos segurança e serviços”, declarou o presidente, que chegou ao poder no Sudão em 1989 após um golpe de Estado.
O conflito no Darfur iniciou-se em 2003 quando grupos armados originários de minorias étnicas se rebelaram contra o poder central. Embora tenha ocorrido uma redução significativa dos combates, continuam a registar-se confrontos mortíferos entre tribos.
Segundo a ONU, três milhões de pessoas no Darfur precisam de ajuda humanitária, entre as quais 1,6 milhões de deslocados que vivem em seis dezenas de campos.
“A falta de serviços de base e de infraestruturas, aliada à insegurança predominante em alguns sectores, continuam a impedir o regresso dos deslocados às suas regiões de origem”, considerou recentemente o Departamento de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.
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