“Estava a olhar para o céu quando vinha para aqui. Uma voz disse ‘se não paras, faço cair este avião'”, contou Duterte, durante um encontro com a imprensa na quinta-feira à noite, ao regressar de uma viagem oficial de três dias ao Japão.
“Perguntei ‘quem fala?’. Claro que era Deus. Assim, prometi a Deus que não voltaria a usar palavrões”, acrescentou, citado pela emissora ABS-CBN.
“Uma promessa a Deus é uma promessa ao povo filipino”, garantiu.
Duterte, empossado a 30 de junho depois de uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais, é conhecido pelo uso constante de palavrões e insultos nos discursos e conferências de imprensa.
Um dos insultos mais usados é “putang ina” em filipino, traduzido como “filho da puta”, expressão que já utilizou para se referir ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao embaixador norte-americanos em Manila, Philip Goldberg, e ao papa Francisco.
O insulto a Francisco deveu-se a um enorme engarrafamento do trânsito em Manila, durante a visita papal no ano passado às Filipinas, onde a religião católica é maioritária. Duterte, de 71 anos, é católico.
Em várias ocasiões, o presidente das Filipinas mandou para “o inferno” Washington por criticar a guerra contra as drogas no arquipélago, que já causou mais de 4.700 mortos em quatro meses. Duterte afirmou que a primeira potência mundial é “hipócrita, intolerante e discriminatória”.
Recentemente, criticou a UE, que mandou para “o purgatório”, e considerou a ONU “inútil”, ainda antes de ter recusado reunir-se com o secretário-geral, Ban Ki-moon, no Laos, no mês passado, durante uma cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Apesar das críticas da comunidade internacional às atitudes do presidente filipino, Duterte tem o apoio da grande maioria dos filipinos, de acordo com as sondagens de opinião.
Nos últimos inquéritos, 76 por cento dos entrevistados aprovaram a gestão de Duterte, 11% disseram estar insatisfeitos, e 13% mostraram-se indecisos.
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