Numa receção na residência do embaixador português no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu a existência a "preocupações" que o ajustamento a mudanças pode ser complexo.
"Há camadas da sociedade, setores, que se sentem desprotegidos. São períodos de transição, complicados, mas que são ultrapassáveis", garantiu.
"Nós sabemos em Portugal o papel e importância desta comunidade, sabemos como ela é prestigiada e querida neste país, num país que nos é querido também. Sabemos que num futuro próximo, como num futuro longínquo, essa amizade vai continuar e Portugal saberá conjugar essa aliança tradicional com a sua pertença de pleno direito, que é uma pertença à União Europeia, apostando numa União Europeia forte", acrescentou.
Para o Presidente português, "é essencial que haja uma UE forte, como é essencial que as alianças tradicionais sejam mantidas, respeitadas, enriquecidas à medida que o tempo passa".
Marcelo Rebelo de Sousa falava para cerca de 300 pessoas convidadas, desde artistas a académicos, cozinheiros, empresários ou presidentes de associações portuguesas.
As consequências da saída do Reino Unido da União Europeia foram um dos assuntos abordados antes numa reunião com representantes da comunidade, que se estima que ronde o meio milhão de pessoas.
"Uma coisa é a dimensão física de Portugal, delimitada pelas fronteiras, outra coisa é a dimensão espiritual de Portugal. Essa dimensão soma todos os portugais que nós portugueses construímos em todo o mundo", afirmou o Presidente, que durante as duas horas seguintes cumprimentou e tirou fotografias com muitos dos presentes.
Este foi o último compromisso da agenda da visita oficial de trabalho de dois dias a Londres, que começou por um almoço com potenciais investidores em Portugal e incluiu um encontro com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Na quinta-feira, o Presidente visita a artista Paula Rego no seu estúdio de trabalho antes de um encontro pessoal no Palácio de Buckingham com a rainha Isabel II.
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