O partido democrata informou que está a conduzir um processo de "controlo de qualidade" dos números "com muita cautela", depois de relatos de "inconsistências" relacionados com uma aplicação de telefone utilizada para a retransmissão da contagem de votos, escreve o The Guardian.

Adianta a Associated Press, que fala em "redundâncias nos resultados", que estes deverão ser conhecidos ainda esta terça-feira.

Segundo o Troy Price, presidente do partido democrata no Iowa, os votos estão a ser manualmente verificados, o que "está a levar mais tempo do que o esperado".

O responsável recusou ainda que os atrasos sejam resultados de algum tipo de intrusão ou ataque informático.

Depois de mais de um ano de campanha, os resultados no Iowa são muito aguardados, já que podem revelar os primeiros indicadores sobre quem serão os candidatos dos dois principais partidos na corrida presidencial marcada para exatamente nove meses mais tarde, em 03 de novembro.

Apesar da falta de resultados, todos os candidatos democratas tentaram reclamar algum tipo de vitória.

Sanders antecipou que o seu desempenho fosse "muito, muito bom" uma vez conhecidos os resultados. Joe Biden assumiu que seria uma "longa noite", mas disse que tinha um bom pressentimento. Warren assumiu que os resultados estavam "muito renhidos" para exclamar vitória, mas não deixou de fazer um discurso com um tom de vitória: "Iowa, esta noite vocês mostraram que grandes sonhos são possíveis na América". Pete Buttigieg disse aos seus apoiantes o seguinte: "Então, não conhecemos todos os resultados. Mas sabemos, por altura em que isto estiver terminado que vocês, Iowa, chocaram a nação. Porque todas as indicações são de que vamos para New Hampshire vitoriosos".

A campanha de Trump não perdeu esta oportunidade para criticar a desorganização do partido democrata na realização destas primárias. Os republicanos também arrancaram esta noite as suas primárias no Iowa, mas sem concorrência, Trump foi depressa declarado vencedor.

Os partidos Democrata e Republicanos começam ontem o longo processo de escolha dos respetivos candidatos às presidenciais de novembro nos Estados Unidos, com a realização das eleições primárias no Estado do Iowa.

O atual inquilino da Casa Branca, Donald Trump não deverá ter adversários à altura na corrida que escolherá o candidato presidencial Republicano, mas está tudo em aberto no Partido Democrata.

Nas primárias do Partido Republicano estão inscritos quatro candidatos: o empresário Rocky de la Fuente, da Califórnia; o ex-congressista Joe Walsh, do Illinois; o ex-governador de Massachusetts Bill Weld e o atual Presidente dos EUA, Donald Trump.

O Partido Republicano realiza a sua convenção nacional no Spectrum Center, em Charlotte, na Carolina do Norte, entre os dias 24 e 27 de agosto.

Do lado Democrata, dos mais de 20 candidatos que iniciaram a corrida restam 14 mas, destes, apenas três apresentam credenciais para aspirarem à nomeação na convenção nacional a realizar entre os dias 13 e 16 de julho em Milwaukee, no Estado de Wisconsin, perto da fronteira com o Canadá.

Joe Biden, ex-vice-Presidente de Barack Obama, aparece nas sondagens do Partido Democrata como o melhor candidato para derrotar Donald Trump.

As sondagens destacam depois Bernie Sanders, que repete a corrida para a nomeação Democrata depois de em 2016 ter sido preterido em favor de Hillary Clinton, e Elizabeth Warren, antiga professora de direito especializada em legislação de falências de bancos, antes de iniciar a sua carreira política, em 1995, tendo chegado ao Senado em 2012, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo pelo relevante Estado do Massachusetts.