Um comunicado do Governo explica que esta decisão foi tomada “por causa da deterioração do setor da eletricidade”.

Durante os protestos que ocorreram no sul do país, mas também em Bagdad, os manifestantes pediram a demissão de Qassem al-Fahdaoui, alegando que as famílias só têm acesso a algumas horas de eletricidade por dia.

Segundo o comunicado, Haider al-Abadi apenas suspendeu Qassem al-Fahdaoui, porque só o Parlamento está autorizado a demitir definitivamente um ministro do cargo.

A escassez e cortes de energia são crónicas neste país rico em petróleo.

Desde a queda do ditador Saddam Hussein em 2003, o Iraque anunciou um investimento de 34 mil milhões de euros para a reconstrução da sua rede de eletricidade, mas parte dessa quantia foi desviada.

Pelo menos dois antigos ministros da eletricidade são acusados ??de corrupção, inclusive por contratos fantasmas multimilionários.

Desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, o consumo de eletricidade do Iraque disparou em flecha com a chegada maciça de eletrodomésticos, computadores, antenas parabólicas e telemóveis.

Durante anos, os iraquianos confiaram mais nos geradores instalados em todos os cantos por empreiteiros privados do que nas poucas horas de eletricidade pública diária.

Recentemente, as empresas iranianas que forneciam uma parte importante de eletricidade no sul do país interromperam as suas entregas devido a pagamentos pendentes muito elevados.

As autoridades iraquianas tentam justificar a falta de investimento e a deterioração da rede com o declínio dos preços do petróleo, que é a principal fonte de rendimento para o Orçamento do Estado, e apontam o dedo à população que, na sua maioria, não paga as contas de energia elétrica às empresas públicas.