O deputado João Paulo Correia afirmou, em declarações aos jornalistas, que a 21 de outubro o sindicato dos técnicos de emergência médica informou que ia efetuar greve às horas extraordinárias.
O PS apelou ao primeiro-ministro para que avalie se a ministra da Saúde tem condições para se manter em funções, apontando os problemas recentes registados no INEM ou os que se verificaram nas urgências desde o verão.
Em conferência de imprensa na Assembleia da República, a vice-presidente da bancada do PS Mariana Vieira da Silva e o deputado João Paulo Correia anunciaram que o partido quer ouvir no parlamento, com urgência, o novo presidente do INEM e que questionará a ministra Ana Paula Martins durante a sua audição orçamental, na próxima semana, sobre a situação da emergência médica.
“Caso as respostas sejam insuficientes chamaremos também a senhora ministra”, disse Mariana Vieira da Silva, apelando ao consenso parlamentar para que estas audições se realizem durante o período de debate orçamental.
Antes, o deputado João Paulo Correia tinha defendido que “o primeiro-ministro tem que avaliar se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reúne ou não reúne condições para continuar a governar a pasta da saúde” apontando várias situações ao longo dos últimos sete meses.
“O PS, na sua tradição, na sua cultura política, não pede a demissão de membros do Governo, mas face o que está a acontecer, morrem diariamente cidadãos por falta de socorro de emergência, é altura de o senhor primeiro-ministro vir a jogo e também intervir e avaliar se a ministra da Saúde tem condições”, afirmou.
O PCP acusou o Governo de "falta de vontade política" na resolução dos problemas do INEM. Paula Santos afirmou que não basta substituir ministros porque o Governo "já teve oportunidade de avançar na valorização das carreiras e salários e não o fez."
O PCP e o Livre acusaram hoje o Governo de não estar a dotar o INEM dos meios necessários para responder às necessidades de socorro da população e pediram que valorize as carreiras dos seus profissionais.
Em conferência de imprensa na Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, lembrou que, nesta legislatura, o seu partido já requereu uma audição da ministra da Saúde precisamente sobre a “falta de meios do INEM”, seja de trabalhadores, mas também de “meios de emergência, nomeadamente terrestres e aéreos”.
“A verdade é que este problema da falta de meios do INEM é um problema que já vem de trás, que o Governo do PS não resolveu, e que este Governo não assumiu qualquer compromisso para a resolução destes problemas”, afirmou Paula Santos.
A líder parlamentar do PCP defendeu que há “falta de trabalhadores do INEM”, dando o exemplo dos técnicos de emergência pré-hospitalar - atualmente em greve - que, segundo disse, são “pouco mais de metade face ao que está previsto no mapa de pessoal”.
“Portanto, o que se exige por parte do Governo é a adoção de medidas para que o INEM seja dotado quer do número de trabalhadores, quer dos meios de emergência que são necessários para assegurar o socorro à população”, afirmou, salientando que, até ao momento, a ministra da Saúde não tem mostrado qualquer resposta para este problema.
Para Paula Santos, isso passa pela valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores do INEM, e também garantir que lhes são dadas condições de trabalho adequadas.
Interrogada sobre a possibilidade de demissão da ministra da Saúde, a líder parlamentar do PCP respondeu: “Imaginemos que sai esta ministra, vem outro ministro, e quais é que são as opções políticas, quais é que vão ser as respostas e as soluções?”.
“Vão valorizar as carreiras, valorizar os salários, valorizar as condições de trabalho? Estas é que são as questões. A questão de fundo aqui não são as pessoas que estão nos lugares, são as opções políticas que estão subjacentes”, afirmou.
Por sua vez, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, defendeu que “a saúde não pode ser governada com uma navegação à vista” e deve ter uma estratégia, salientando que o problema de falta de meios no INEM já estava identificado há muito tempo e a ministra da Saúde tinha dito que o iria resolver em 60 dias de governação.
“A verdade é que isso não aconteceu e, portanto, parece-nos que é uma situação muito grave e é preciso responder ao problema, já identificado há muito tempo, de falta de recursos humanos do INEM”, afirmou.
Isabel Mendes Lopes sustentou ainda que a ministra da Saúde deve dar explicações sobre o que é que pretende fazer para resolver a situação atual.
“Temos de perceber se, de facto, há condições para esta ministra continuar, porque não tem sido dada a prioridade necessária para resolver este assunto, que é essencial resolver”, afirmou.
Interrogada se a ministra se deveria demitir, Isabel Mendes Lopes disse que espera pelas explicações de Ana Paula Martins, mas ressalvou que, “se o panorama continuar como tem sido até agora”, a continuidade da governante deve ser repensada.
Nestas conferências de imprensa, as líderes parlamentares do PCP e do Livre foram questionadas se tencionam aprovar o requerimento do PS, hoje anunciado, para a audição do presidente do INEM, tendo ambas afirmado que sim.
Em atualização.
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