“É importante que o Governo venha ao encontro daquilo que é uma opção que nos parece correta e que é transversal à esquerda e à direita parlamentar de que a maior parte do ganho [no alívio do IRS] seja para aqueles que têm o salário médio”, disse aos jornalistas o deputado do PS António Mendonça Mendes numa apresentação aos jornalistas desta nova proposta.

Segundo Mendonça Mendes, com esta nova formulação, o PS assegura que “apenas cerca de um terço” dos 348 milhões de euros que o Governo prevê para esta redução fiscal “seja para os 10% mais ricos”.

“O Governo quer 50% do esforço da margem para os 10% mais ricos. Está nas mãos do Governo dar o passo para que nós possamos aprovar isto o mais rápido possível”, sustentou, reiterando que a proposta hoje apresentada é uma "solução equilibrada".

O socialista garantiu que o seu partido está “nesta negociação com boa-fé, com espírito de abertura”, admitindo que não têm “sentido a mesma abertura por parte do Governo”.

Na quinta-feira, o secretário-geral do PS afirmou que o partido estaria disposto para fazer cedências no IRS, mas salientou que, se o PSD quer um acordo, terá de “ter humildade” e “levar a sério” as propostas dos socialistas.

Na quarta-feira, O PSD apresentou um projeto de substituição da proposta do Governo no IRS, reforçando a descida das taxas nos 3.º e 4.º escalões e aumentando a do 6.º, abrindo ainda caminho à atualização anual dos escalões.

O anúncio da nova proposta do PSD foi feito durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, tendo o líder da bancada parlamentar dos sociais-democratas, Hugo Soares, referido que o objetivo do novo texto é aproximá-lo das propostas do PS, Chega e BE.

A semana passada, o PS, conforme noticiado pela agência Lusa, enviou ao PSD, BE e PCP um texto de substituição que visa conciliar os diferentes projetos sobre IRS em discussão na especialidade, considerando ser possível “assegurar um amplo consenso” para a aprovação da medida.

Este texto substituiria as propostas de lei do Governo, para além dos os projetos de lei do próprio PS, Chega, IL, BE e PCP.

Em 24 de abril, parlamento aprovou na generalidade as propostas do PS, BE e PCP sobre o IRS e os requerimentos para que a proposta do Governo, do Chega e da IL baixassem à especialidade sem votação.