Esta posição sobre os incidentes no Capitólio, na quarta-feira, foi transmitida através de uma nota assinada pelo secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, na qual também alerta para "a força e o perigo do populismo e da extrema-direita".

José Luís Carneiro refere que o PS "acompanhou com preocupação" os acontecimentos em Washington que culminaram na invasão do Capitólio, "num ato de terror que tentou ferir o coração da democracia americana e usurpar o processo democrático".

"A violência que ocorreu nas imediações e no interior do Capitólio, num dia que deveria ter sido de normal e regular funcionamento da democracia com a validação dos resultados eleitorais pelos membros do Congresso, ilustra bem o poder, a força e o perigo do populismo e da extrema-direita, lembrando-nos que a democracia é uma construção diária que hoje, mais que nunca, deve ser preservada", adverte o "número dois" da direção dos socialistas.

No comunicado, o PS saúda depois "a democracia e resiliência de todos os democratas que, apesar das circunstâncias registadas, fizeram por cumprir o Estado de Direito e a democracia, certificando os resultados eleitorais e assim, a vitória do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden".

Apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.

Já hoje o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.

O vice-presidente republicano, Mike Pence, validou o voto de 306 grandes eleitores a favor do democrata contra 232 para o Presidente cessante, Donald Trump, no final de uma sessão das duas câmaras, marcada pela invasão de apoiantes de Trump.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida quarta-feira, mas quatro horas depois as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.

Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.

O primeiro-ministro, António Costa, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, condenaram os incidentes, tal como a União Europeia, a NATO e governos de vários países.