Em comunicado, a concelhia do PS, no distrito de Setúbal, considera o incidente inaceitável e advoga que “serve como um alerta urgente acerca do estado de insegurança que afeta a comunidade”.
“A crescente sensação de vulnerabilidade que os nossos cidadãos enfrentam não pode ser ignorada. A proteção das pessoas deve ser uma prioridade inquestionável, e não podemos permitir que continue a prevalecer um clima de medo e incerteza”, refere a estrutura liderada por Samuel Cruz.
Nesse sentido, os socialistas pedem que as autoridades competentes garantam uma investigação rigorosa e que apresentem soluções eficazes de imediato.
A criação da Polícia Municipal e a videovigilância irão, segundo o partido, fortalecer a segurança e a confiança da população nas instituições, devendo avançar com urgência.
Por outro lado, o PS aponta o dedo à Câmara Municipal do Seixal – liderada por Paulo Silva, eleito pela CDU -, acusando-a de “apatia”, e exorta a administração municipal a tomar ações concretas para reverter a insegurança.
O incêndio no autocarro na Arrentela foi um dos incidentes registados na noite de quarta-feira e na madrugada de quinta-feira na Área Metropolitana de Lisboa, no âmbito dos desacatos ocorridos esta semana, motivados pela morte de Odair Moniz, baleado na Amadora por um agente policial na segunda-feira.
Um outro autocarro foi incendiado hoje de madrugada no concelho de Loures, no distrito de Lisboam, o que resultou em ferimentos graves no motorista. Outros dois veículos de transporte público de passageiros tinham já sido queimados na noite anterior, na Amadora e em Oeiras.
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Os desacatos desencadeados pela sua morte tiveram início no Zambujal, na noite de segunda-feira, e estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além do motorista de autocarro que sofreu queimaduras graves, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.
Segundo a PSP, Odair Moniz pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
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