"Ele terá o meu apoio. Eu acho que o PSD precisa, de facto, de renovação, de ideias novas, de protagonistas novos. É uma candidatura que não é contra ninguém. Ele vai ser uma agradável surpresa e acho que nós precisamos, de facto, de surpresas agradáveis", declarou Bruno Vitorino à agência Lusa.

Segundo o dirigente social-democrata, Miguel Pinto Luz pode trazer "essa renovação, esse refrescamento da política" e protagonizar "um projeto mobilizador para a sociedade", cujas "ideias e propostas concretas" não quis "antecipar", remetendo a sua apresentação para o próprio.

Bruno Vitorino referiu que Miguel Pinto Luz "será o nome menos conhecido, com menos notoriedade" na corrida para a liderança do PSD, mas elogiou a sua atuação como vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais e argumentou que "as pessoas valem pelo seu trabalho".

"Eu acho que é daqueles casos raros em política em que o trabalho dele, nomeadamente na Câmara Municipal de Cascais, e nas mais diversas áreas, é se calhar mais conhecido do que o próprio", considerou.

De acordo com o ex-deputado, a candidatura de Miguel Pinto Luz à liderança do PSD "é certamente para levar até ao fim".

"Disso eu não tenho dúvida nenhuma, como o meu apoio é para levar até ao fim e não é medido com qualquer tipo de taticismos circunstanciais, de quem pode ganhar, quem pode perder, quem tem mais votos, quem não tem, quem tem o apoio da estrutura ou não. É uma pessoa em quem eu acredito", acrescentou.

O autarca social-democrata Miguel Pinto Luz, de 42 anos, mestre em engenharia eletrotécnica, anunciou hoje a sua candidatura à liderança do PSD, através de um vídeo divulgado nas redes sociais.

"Encaro as próximas eleições para a liderança do PSD como uma oportunidade de reencontro com as verdadeiras aspirações dos portugueses. Que através de um debate democrático possa renascer um PSD com a ambição de liderar um novo projeto de mudança para a sociedade portuguesa", afirma.

Miguel Pinto Luz propõe-se liderar "um projeto político capaz de ser alternativa ao projeto socialista" que alega constituir uma "asfixia" aos sonhos dos portugueses e um limite à "liberdade de escolha", acrescentando: "Não é tempo para taticismos, não podemos esperar mais quatro anos".

O presidente do PSD, Rui Rio, ainda não revelou se pretende recandidatar-se ao cargo, na sequência das eleições legislativas de 06 de outubro, que o PS venceu com 36,34% dos votos, sem maioria absoluta, e em que os sociais-democratas foram a segunda força mais votada, com 27,7% dos votos.

Luís Montenegro, o ex-líder parlamentar do PSD, anunciou a sua candidatura à liderança do partido numa entrevista à SIC três dias depois das eleições, no dia 09 de outubro.