PSD

O presidente do PSD transmitiu hoje aos deputados que o partido vai abster-se na moção de censura do Chega ao Governo, que classificou como “uma criancice e uma infantilidade”.

“Nós não somos o partido das moções, somos o partido das soluções”, afirmou Luís Montenegro na reunião do grupo parlamentar do PSD, na qual participa hoje, de acordo com relatos feitos à Lusa do encontro que decorre à porta fechada.

No final da sua intervenção, o presidente do PSD foi aplaudido pelos deputados.

Montenegro criticou a iniciativa do partido liderado por André Ventura, “pré-anunciada com meio ano de antecedência”, e que fará com que o Chega gaste a sua oportunidade de censurar o Governo na primeira semana da nova sessão legislativa, para “depois se andar a queixar um ano”.

Para o líder do PSD, esta é uma “moção melhoral”, que “nem faz bem, nem faz mal”, e até aliviará momentaneamente o Governo “quando a maioria se levantar para votar contra”.

“Nós não brincamos às moções, nós apresentamos soluções. Importante é o debate do dia seguinte: baixar os impostos”, disse, referindo-se ao debate das propostas de redução fiscal do PSD marcado para dia 21.

O presidente do PSD questionou se esta moção “vai fazer baixar as prestações das famílias”, os preços dos alimentos e da habitação, ou resolver “o assalto fiscal” e os problemas do SNS.

Na sua intervenção, de mais de meia hora, Montenegro salientou que “os olhos dos portugueses” têm estado e vão continuar a estar colocados no PSD.

Sobre os impostos e a opção de priorizar a redução do IRS, salientou que “o PSD é o partido da classe média”,” dos que dependem do seu trabalho, do produto do seu esforço”.

“Defendo hoje, o que defendi como candidato a presidente do PSD: a prioridade é baixar os impostos sobre o rendimento”, disse, numa resposta às críticas do PS que tem acusado o partido de mudar de prioridade, já que na anterior liderança de Rui Rio se apresentou a eleições defendendo a baixa do IRC antes do IRS.

O PSD absteve-se nas duas moções de censura apresentadas ao atual Governo: a primeira, do Chega, em julho do ano passado e a segunda, proposta pela IL, em janeiro.

PCP

Em conferência de imprensa, a deputada comunista Alma Rivera afirmou que "essa moção de censura é entre a direita. Representa até a utilização desprestigiante de um instrumento. É suposto a moção de censura ser um instrumento de urgência que é debatido nos três dias parlamentares seguintes".

"Neste caso, essa moção de censura já foi anunciada há meses como forma de acertar posições entre a direita. Portanto, não serve os interesses dos portugueses", justificou Alma Rivera.

A deputada do PCP fez questão de salientar que o seu partido se opõe às políticas que têm sido seguidas pelo executivo socialista de maioria absoluta.

IL

A Iniciativa Liberal vai votar a favor da moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega, apesar de considerar que "é uma manobra de distração" que dará "palco ao PS", disse à Lusa a deputada Patrícia Gilvaz.

Admitindo que a IL foi confrontada "com um dilema" sobre de que forma votar a moção de censura do Chega, Patrícia Gilvaz disse que foi decidido "votar favoravelmente", olhando ao "contexto socioeconómico do país" que se "degrada de forma crescente".

Em declarações à Lusa, Patrícia Gilvaz considerou que a moção de censura "é uma manobra de comunicação e de distração" do Chega que "só vai dar palco ao PS".

"Não podemos ignorar o contexto sócio-económico do país, o degradar constante e crescente da situação do país. A IL tem estado ao lado dos portugueses, aqui uma vez mais não podemos deixar de estar ao lado dos portugueses", afirmou, lembrando que o partido também apresentou uma moção de censura ao Governo.

Patrícia Gilvaz frisou que "a situação do país não melhorou, tem vindo a piorar, nos serviços públicos, na educação e na saúde" que, considerou, está "num caos".