Em resposta a perguntas enviadas pela agência Lusa, a PSP afirma que a ocorrência já foi comunicada ao Ministério Público, na sequência do processo único que instaurou para apreciar "a conduta dos intervenientes".
No domingo, a SIC revelou imagens nas quais se vê um jovem do Lar de São Martinho a ser agredido por um agente da PSP e, na segunda-feira, a direção da instituição veio a público criticar a atuação dos agentes da PSP e garantir que irá apoiar uma queixa-crime.
O Comando Distrital da PSP de Coimbra afirmou hoje que na madrugada de domingo estiveram dois agentes da PSP no lar e que a ocorrência "envolveu um jovem que surge nas imagens e um outro jovem, relativamente ao qual terá sido usada força física para o imobilizar".
Já de acordo com informações recolhidas pela advogada Maria Duarte, que acompanha o processo em representação da instituição e dos jovens, terão estado à volta de cinco agentes no Lar de São Martinho naquela madrugada, sendo que apenas dois entraram no edifício.
Segundo Maria Duarte, no dia 06 de abril, a PSP já tinha sido chamada ao Lar de São Martinho e, de acordo com os relatos dos jovens, estes ter-se-ão "sentido maltratados pela polícia", sendo que essa mesma situação foi reportada por um técnico da instituição à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
Maria Duarte salienta que foi esse episódio de 06 de abril que levou um dos jovens a gravar a interação com a polícia no domingo, com receio do que poderia acontecer.
De acordo com a advogada, na queixa-crime a apresentar será também incluído o episódio de 06 de abril.
Os dois jovens têm 16 anos, acrescentou.
Em resposta à agência Lusa, a PSP confirma que também foi chamada no dia 06 de abril ao Lar de São Martinho "por motivo de perturbação do normal funcionamento do lar, não acatamento das indicações e ofensas a funcionária, por parte de um grupo de jovens", referindo que estiveram dois agentes, mas que não foram os mesmos que estiveram presentes no domingo.
Na segunda-feira, a direção do Lar de São Martinho afirmou, num comunicado, que a instituição "não pode pactuar com agressões aos seus jovens, seja em que circunstância for e acompanhará os jovens agredidos", garantindo que é "apresentada queixa e que estes se constituam como assistentes no processo crime", por forma a que a sua voz seja ouvida.
"Sempre que existe necessidade, cumprindo as suas responsabilidades e protocolo interno, a instituição chama as autoridades", explicava a direção no comunicado, salientando, porém, que não poderia "esperar que fossem agentes de autoridade a agredir os seus jovens", comportamentos que não tolera e que não "silenciará".
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