Um estudo da Faculdade de Economia do Porto, da autoria de Paulo Mota e Rui Henrique Alves, doutorados em Economia, investigadores e professores na FEP, indica que a festa dos estudantes do ensino superior do Porto “faz movimentar 28 milhões de euros” e que coloca o evento como o “segundo maior acontecimento que mais pessoas traz à cidade, logo a seguir às Festas de São João” em junho.

“Os resultados obtidos comprovam de forma evidente a importância da Queima das Fitas do Porto, mostrando que o evento, que começou por uma ‘pequena festa estudantil’ há um pouco mais de 100 anos, se constitui num acontecimento económico e social de elevado relevo, capaz de fazer deslocar à cidade do Porto milhares de pessoas, de provocar transações económicas e financeiras de volume muito significativo e de determinar um impacto económico líquido bastante relevante para a AMP”, lê-se no estudo ao qual a Lusa teve hoje acesso.

O estudo conclui que os efeitos diretos representam cerca de 40% do total desses 28 milhões de euros, e que 60% decorre dos efeitos indiretos e induzidos.

“Os efeitos diretos representam um pouco mais de 40% do total, respeitando a despesas em bens e serviços efetuadas pela Federação Académica do Porto (FAP) para a realização da Queima e pelos participantes nas diversas atividades englobadas no evento; enquanto a maior parte deste (60%) decorre dos efeitos indiretos — pela necessidade de inputs adicionais para a produção e oferta dos referidos bens e serviços — e induzidos — pela utilização dos rendimentos adicionais decorrentes dos efeitos diretos e indiretos”.

Artigos de vestuário, restauração, bebidas, transportes, alojamento, segurança e serviços criativos, artísticos e de espetáculo são os setores onde os efeitos são mais acentuados, refere o estudo.

Todavia, o verdadeiro impacto económico da Queima será “certamente maior”, sendo difícil de avaliar o grau de subavaliação que os resultados apresentados encerram, indicam is investigadores.

A análise foca-se nos efeitos de curto prazo. Mas haverá, com certeza, efeitos adicionais, a médio e longo prazo, visto a realização da Queima proporcionar à FAP as receitas necessárias para um conjunto variado de realizações, que ultrapassa a vertente festiva e académica, e que tem impacto por exemplo, ao nível desportivo, cultural e social.

O estudo destaca ainda que foi com a realização da Queima das Fitas do Porto que a Federação Académia conseguiu, por exemplo, ter receitas necessárias para um conjunto variado de realizações, como por exemplo, a construção e manutenção de uma residência universitária com 40 camas, o projeto social de voluntariado “FAP no Bairro”, um espaço comunitário concebido e coordenado por estudantes, no Bairro do Carriçal e no Bairro Dr. Nuno Pinheiro Torres e a Tomorrow Summit, uma plataforma para potenciar ideias e estimular a discussão da relação da Academia com uma cidade que se afirma cada vez mais ‘Smart City’.

O estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a relevância económica da Queima, estimar a significância global do evento e o seu impacto económico em termos líquidos na AMP, tendo por base a informação disponibilizada pela FAP, bem como de informação recolhida a partir de um inquérito aos estudantes do ensino superior cujas associações estão ligadas à FAP, com vista a avaliar as despesas dos participantes (estudantes e “acompanhantes” — familiares e amigos) na Queima 2023 que não constituem receita da FAP.

A Queima das Fitas´24 acontece este ano entre 4 e 11 de maio e arranca com o cantor português Richie Campbell.

A Queima das Fitas do Porto são oito dias de festa em que os estudantes finalistas se despedem da academia e da cidade com música, dança e desfiles, terminando no Queimódromo, com noites de festa.