“Queremos evitar que TAP seja um outro Novo Banco”, afirmou o deputado único do Chega, André Ventura.
O partido quer que eventuais injeções na transportadora aérea "tenham de ter aprovação prévia do parlamento” e pede também que “seja apresentado um plano estratégico de gestão”, elaborado em conjunto entre a empresa e o Estado, e que permita “uma reestruturação da empresa” e a sua promoção.
Numa conferência de imprensa que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa, o líder do Chega apresentou aos jornalistas as propostas de alteração ao Orçamento Suplementar, destinado a fazer face às consequências da pandemia de covid-19, e que “incidem especialmente no domínio social, económico e político”.
A proposta de Orçamento Suplementar apresentada pelo Governo já foi aprovada pelo parlamento na generalidade e está
agora em debate na especialidade.
Outra das proposta apresentadas por André Ventura é “a redução do IVA da eletricidade e gás para a taxa mínima”.
O deputado espera que o “parlamento consiga uma coligação negativa” que permita aos dar esse “desafogo e benefício” aos portugueses “ainda este ano”, tendo pedido a PSD e PCP que “não obstaculizem com birras partidárias”.
Entre o leque de propostas, algumas já apresentadas na discussão do Orçamento do Estado para este ano, o Chega quer “um corte de 10%” nas transferências para fundações e instituições e que seja divulgada a lista de beneficiários.
O deputado único insiste também num mecanismo de compensação para os profissionais que estão na linha da frente do combate à covid-19, “de valor equivalente ao subsídio de risco”.
Quanto ao apoio a sócios-gerentes, vetado pelo Presidente da República, o Chega propõe que os “sócios-gerentes das micro e pequenas empresas” tenham acesso “ao regime excecional aplicado aos trabalhadores independentes, sem ter em conta o número de funcionários que têm ao serviço ou a faturação anual”.
“E inconcebível que o Presidente da República tenha vetado este apoio fundamental” e “da mais elementar justiça”, criticou André Ventura, mostrando-se esperançoso que, mais uma vez, uma coligação negativa permita voltar a aprovar esta proposta.
Na sua ótica, “se for aprovado neste Orçamento Suplementar o apoio aos sócios-gerentes”, o “Presidente não usará o seu veto sobre esta norma”.
Caso o Presidente volte a não promulgar este apoio, continuou o deputado, a “questão depois terá de voltar à Assembleia da República e terá de haver uma maioria reforçada que permita contornar isso, ou o PSD acabará por ceder”.
Entre as propostas que apresentou, Ventura insiste também numa redução de 15% dos vencimentos de titulares de cargos políticos, e propõe igualmente um aumento para os “15% da dedução de prejuízos fiscais” por parte das empresas em sede de IRS.
O Chega propõe ainda que o grupo de trabalho para a definição das Linhas Estratégicas de Combate à Corrupção, presidido por Maria João Antunes, apresente “conclusões até final de julho”.
Questionado sobre o custo destas medidas, o presidente do Chega defendeu que “o corte de transferências para fundações, para alguns organismos públicos desnecessários, e em muito menor dimensão o corte dos salários dos titulares dos cargos políticos podem ser um fator de equilíbrio orçamental”.
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