“Não estamos efetivamente livres de ter um caso importado neste momento na região, sendo que efetivamente dentro do que temos tido em termos de capacidade de testagem e dos resultados obtidos nada aponta para que exista um caso a despontar a nível local”, apontou.

Tiago Lopes, que é também diretor regional da Saúde dos Açores, falava, em Angra do Heroísmo, numa última conferência de imprensa de balanço da evolução do surto da covid-19 na região, passadas 12 semanas do primeiro caso registado na região.

Desde o início do surto, foram contabilizados 146 casos de infeção pelo novo coronavírus em seis ilhas do arquipélago, 130 dos quais já se encontram recuperados, tendo-se registado ainda 16 óbitos.

Os Açores não registam novos casos de infeção desde o dia 18 de maio e hoje foi dada como curada a última doente com covid-19.

Ainda assim, Tiago Lopes salientou que a população não se deverá “deixar levar demasiado pela expectativa de que estará tudo ultrapassado, porque efetivamente não está”.

“Atendendo à nossa vontade de retomar progressivamente a atividade socioeconómica e a abrir mais a região para o exterior, efetivamente temos de fazê-lo com a devida parcimónia e tendo em consideração aquilo que é a situação epidemiológica fora da região, de forma a que possamos manter o sustento de toda a população e as devidas condições de segurança no que diz respeito à saúde pública”, afirmou.

O responsável lembrou que a situação epidemiológica em Lisboa, de onde chegam voos a duas ilhas do arquipélago, ainda não está controlada, alegando que o desafio das autoridades de saúde regionais está na monitorização e na vigilância epidemiológica.

“As medidas que temos implementado, sobretudo para quem desembarca na região, (…) é precisamente para termos essa capacidade de monitorização e vigilância, um pouco mais aliviada do que era anteriormente, derivado à evolução do surto, tanto a nível regional, como a nível do território continental, mas que temos ainda de manter porque infelizmente o território continental não pode dizer, como a Região Autónoma dos Açores, que está livre de casos positivos ativos de covid-19”, salientou.

Tiago Lopes admitiu que as medidas de contenção ainda em vigor possam causar algum descontentamento entre a população, mas sublinhou que vai continuar a haver “algum zelo”.

“Agora com zero casos positivos ativos as pessoas vão-se perguntar de certeza absoluta o porquê de não funcionarmos, não trabalharmos, não articularmos normalmente como dantes, mas tem a ver, precisamente, com o contexto epidemiológico fora da região e com a possível chegada de pessoas de fora da região, que possam ser portadoras do novo coronavírus”, justificou.

Quanto a recomendações para prevenção de novas infeções, o responsável da Autoridade de Saúde Regional repetiu as mesmas que tem vindo a fazer desde o início do surto e lembrou que poderão ter de persistir durante “os próximos meses”.

“Aquelas medidas que são as mais básicas e as que parecem ser as menos eficazes são as mais eficazes: o distanciamento físico, a etiqueta respiratória, a lavagem frequente das mãos, a utilização de máscara de uso social nos contextos em que exista maiores aglomerados ou em ambientes mais fechados com maior número de pessoas”, frisou.

Desde o início do surto, os dois laboratórios de referência dos Açores fizeram cerca de 25 mil testes à covid-19.

Nas últimas 24 horas foram registados apenas cinco casos suspeitos (quatro na ilhas de São Miguel e um na ilha Terceira) estando a aguardar colheita de amostra ou resultado laboratorial outras 673 pessoas, no âmbito de rastreios.

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