“Um inquérito por homicídio foi aberto na sequência dos resultados da autópsia”, anunciou a Scotland Yard em comunicado, precisando que a polícia antiterrorista foi encarregada da investigação.

Nesta fase, a Scotland Yard precisou que “não está a ligar” o caso ao do envenenamento do ex-agente duplo russo Sergueï Skripal.

Segundo os primeiros exames ‘post mortem’, Nikolaï Gluchkov morreu na sequência de uma “compressão ao nível do pescoço”, mas a polícia precisa que as circunstâncias da morte permanecem “inexplicadas”.

Hoje, as autoridades russas anunciaram também a abertura de um inquérito “pelo assassínio do cidadão da Federação da Rússia Nikolaï Gluchkov” e declararam-se disponíveis para trabalhar com os investigadores britânicos.

A polícia antiterrorista britânica foi encarregada da investigação “por precaução e por causa das relações que este homem tinha”, explicou a Scotland Yard.

Gluchkov, de 68 anos, foi um alto dirigente da companhia aérea russa Aeroflot nos anos 1990, a quem foi concedido asilo político no Reino Unido em 2010.

Em 2017, foi condenado à revelia a oito anos de prisão pela justiça russa, que ordenou o pagamento à companhia aérea de 20 milhões de dólares encontrados no final dos anos 1990 em contas na Suíça.

Os processos judiciais por desvio de fundos da Aeroflot foram iniciados em 1999, na altura em que Gluchkov era um dos sócios de Boris Berezovski.

Este antigo oligarca russo que se tornou opositor do Kremlin foi encontrado enforcado na sua residência, perto de Londres, em março de 2013, e Gluchkov pôs em dúvida a tese de suicídio.

A morte de Nikolaï Gluchkov ocorreu em plena escalada da tensão entre Moscovo e Londres e seus aliados após o envenenamento do ex-espião duplo russo Sergueï Skripal e da sua filha em território britânico, pelo qual a primeira-ministra britânica, Theresa May, responsabilizou a Rússia, expulsando 23 diplomatas russos e anunciando sanções, às quais o Kremlin prometeu ripostar.