O financiamento mobilizado pelo Governo britânico destina-se a alimentação e assistência médica, mas também a serviços básicos, a melhorar o acesso a cuidados de saúde e ajudar os agricultores a superar o impacto da seca

O dinheiro será canalizado através da ONU e de organizações não governamentais e não passará diretamente pelas mãos do regime talibã, vincou Londres.

O Reino Unido é coorganizador juntamente com a ONU, Qatar e Alemanha, da conferência de doadores de quinta-feira, que vai procurar apoios internacionais para a ajuda humanitária, proteger raparigas e mulheres e apoiar a estabilidade na região.

O ministro da Defesa, Ben Wallace, deverá conduzir os trabalhos.

A ONU quer angariar 4.400 milhões de dólares (4.000 milhões de euros), estimando que cerca de 10 milhões de crianças em todo o Afeganistão precisam urgentemente de assistência humanitária para sobreviver.

“O Reino Unido vai sensibilizar países para apoiarem o povo afegão e ajudar a abrir caminho para o fornecimento de alimentação, abrigo e meios médicos que salvam vidas. Juntamente com aliados e parceiros, podemos fazer mais e vamos fazer mais para ajudar o Afeganistão”, prometeu a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, num comunicado.

O Reino Unido já tinha destinado 286 milhões de libras (340 milhões de euros) de ajuda ao Afeganistão no ano financeiro de 2021-22, o dobro do inicialmente previsto.

Desde que os talibãs chegaram ao poder, em agosto passado, e com o fim da ajuda internacional, que representava 75% do orçamento afegão, o país mergulhou numa crise financeira profunda, agravando uma situação humanitária já desastrosa após quatro décadas de conflito e secas recentes.

Na terça-feira, o chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, avisou que a ajuda da comunidade internacional pode ser direcionada para outras crises humanitárias no mundo se os talibãs demorarem a reabrir as escolas secundárias para raparigas no Afeganistão.

A comunidade internacional fez do direito à educação para todos um obstáculo nas negociações de ajuda e reconhecimento do regime fundamentalista islâmico.