“Acompanho-o quando diz que o trânsito é um dos grandes problemas da cidade. Na minha opinião, os dois maiores problemas são a habitação e o trânsito. Acho que seria interessante agendar uma reunião, trazendo aqui alguns especialistas, para nos ajudar a pensar e tomar decisões”, disse o presidente independente na sessão camarária pública.
A proposta surgiu depois de Álvaro Almeida, o único eleito pelo PSD neste mandato, ter questionado se Rui Moreira “tem um plano de intervenção para minorar os efeitos do crescimento do trânsito”, pedindo que o mesmo se faça, no caso de não existir.
Moreira não respondeu diretamente à pergunta sobre a existência do plano, mas agradeceu os possíveis contributos da oposição para solucionar uma dificuldade “que não se resolve apenas com uma medida” e para a qual “não há uma varinha mágica”.
Durante a reunião camarária, o vereador da Habitação, Fernando Paulo, revelou estarem em curso alterações ao projeto de reabilitação do bairro São João de Deus para responder a reclamações dos moradores e negou a construção de “casas mais pequenas”.
Fernando Paulo, novo vereador no executivo liderado pelo independente Rui Moreira, falava na reunião pública camarária, em resposta a questões da CDU, notando que espera “adjudicar esta semana” alterações ao projeto do “São João de Deus”, nomeadamente para que as casas T1, normalmente habitadas por pessoas mais idosas, fiquem com casas de banho no rés-do-chão.
Quanto às designadas casas do património dos pobres existentes no bairro, foi Manuel Pizarro, vereador do PS, quem respondeu, notando que a titularidade das mesmas “é da Câmara”, que “os terrenos são propriedade municipal” e a gestão das habitações “cabe à paróquia”.
“Que não fique a ideia de que, com a reabilitação, o bairro vai ficar pior. Das 144 casas, vai ficar com 84 e todas vão cumprir as exigências legais relativamente às áreas”, explicou Pizarro, que no anterior mandato, até maio, tutelou a pasta da Habitação no âmbito de uma coligação pós-eleitoral com o independente Rui Moreira.
O socialista lembrou que a Câmara pretende ainda construir 13 casas térreas e, com isso, realojar as famílias que atualmente residem nas “irrecuperáveis” habitações do “património dos pobres”, porque “já não moram 97 famílias no bairro”.
Também Fernando Paulo tinha dito à vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que o projeto prevê “uma redução de casas para que as tipologias [das novas habitações] sejam adequadas às necessidades das famílias”.
No período da reunião dedicada ao público, o vereador da Habitação foi confrontado com o caso de uma moradora do bairro de Santa Luzia em cuja casa a Câmara reconheceu, em 2006, a necessidade de realizar obras para resolver um problema de saneamento, sem que entretanto nada tenha sido feito.
“Tenho aqui uma carta de um vereador que, em 2006, me informou que iam fazer obras para resolver o meu problema. Ficou por resolver até hoje”, explicou Amélia Silva, perante a alguma estupefação dos vereadores, que chegaram a questionar a munícipe sobre se não quereria dizer 2016.
Fernando Paulo, que se informou sobre o caso, reconheceu estarem em causa 11 anos, pediu desculpa à munícipe e comprometeu-se a resolver a situação.
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