“Na parte técnica, a Direção-Geral de Saúde não tem estado à altura do problema. Parece-me evidente. Não vou fazer aqui uma retrospetiva, mas foram ditas determinadas coisas e passado algum tempo foi dito o seu contrário e depois baralhado”, disse Rui Rio.
O presidente do PSD falava aos jornalistas à margem da visita ao aterro de Sobrado, em Valongo, distrito do Porto, cuja gestão da empresa Recivalongo naquele equipamento é apontada como “crime ambiental” pela população e pela Câmara Municipal.
Recorrendo a exemplo práticos, o presidente do maior partido da oposição completou o seu raciocínio: “nunca houve uma linha de conduta, a começar pelas máscaras em que tempos houve disseram que não serviam para nada e agora são absolutamente indispensáveis”.
A afirmação surgiu após ter sido questionado se, em face dos números crescentes da pandemia em Lisboa e Vale do Tejo, deveria o Governo voltar a reunir-se com os partidos.
“O primeiro-ministro é que tem de avaliar isso. Aquilo que o primeiro-ministro precisa é que a vertente técnica, que não são propriamente os partidos, esteja capaz de propor soluções para o problema e depois, naturalmente, o Governo tem de tomar decisões em função desses dados. Se para tomar essas decisões precisar do apoio dos outros partidos no sentido de haver uma maior eficácia no combate, eu penso que o poderá fazer”, completou.
Para o dirigente social-democrata, a “pandemia não é mais perigosa agora do que era há três ou quatro meses, nem prejudica mais os portugueses do que há três ou quatro meses”, razão pela qual, garantiu, não mudará “rigorosamente nada” na sua conduta.
“É dever de todos nós, a começar pelo PSD, enquanto partido da oposição, procurar cooperar e ajudar o país a ultrapassar isso. Isso não mudarei nunca. Outra coisa completamente diferente é alertar para um ou outro erro, uma ou outra insuficiência que vai acontecendo ao longo do processo no sentido de que este corra melhor”, acrescentou.
E prosseguiu: o facto de eu e todos termos constatado que em Lisboa e Vale do Tejo correu mal, não quer dizer que por eu referir isso, que é evidente, a partir de agora vá ser uma posição tal para que as coisas corram pior ainda. Claro que não, vou sempre fazer tudo para que as coisas corram melhor. E fazer tudo para que as coisas corram melhor faz também parte o reparo que fiz”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.564 mortos associados à covid-19 em 41.646 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
Comentários