"É de tal ordem complexa a situação da Justiça em Portugal, que exige um esforço de todos os partidos políticos seguramente, [mas também de] toda a sociedade e de todos os agentes da justiça no sentido de conseguirmos concertar uma estratégia que leve a uma real reforma da justiça", disse Rui Rio aos jornalistas, em Beja.

Segundo Rui Rio, que falava durante um programa de visitas a instituições e empresas de Beja, no âmbito das comemorações dos 44 anos do PSD, uma "real reforma" da Justiça "pode ou não passar", mas "dificilmente não passará" por uma revisão constitucional.

"Parece-me muito difícil fazer uma reforma grande na Justiça" sem uma revisão constitucional, mas "esse é o problema macro", disse, referindo que, "até à revisão da Constituição", a Justiça tem "muitos problemas", que o PSD está "a diagnosticar e a elencar" para fazer "uma proposta séria, integrada, aberta de debate na sociedade portuguesa".

O líder do PSD disse que "algumas coisas poderão consubstanciar diferenças ideológicas, que, como é evidente, têm de ser diluídas, dirimidas, consensualizadas na medida do possível, outras coisas não têm nada de ideológico e temos de tratar disso".

O líder da bancada do CDS-PP, Nuno Magalhães, anunciou na quinta-feira que o partido quer que se abra um processo de revisão constitucional com "amplo consenso" e escreveu uma carta aos restantes partidos com assento parlamentar para saber se estão disponíveis.

Nuno Magalhães fez este anúncio numa declaração aos jornalistas nos Passos Perdidos da Assembleia da República, apontando como objetivo desta revisão da Constituição "melhorar a justiça, conferindo-lhe maior celeridade e conferindo-lhe maior confiabilidade por parte dos cidadãos".