À margem de uma reunião com militantes do distrito de Bragança, em Macedo de Cavaleiros, Rio explicou que a ausência das presidenciais da moção hoje divulgada “é de propósito, porque nas eleições presidenciais não são os partidos que indicam candidatos, são os candidatos que se propõem e depois os partidos apoiam ou não apoiam”.

“Aquilo que está mais em cima da mesa, naturalmente, é a recandidatura ou não do professor Marcelo Rebelo de Sousa que, ele próprio, pediu para se respeitar a posição dele, que dirá o que vai fazer no momento próprio”, concretizou, acrescentando: “Portanto, se ele vai dizer o que fazer no momento próprio, eu vou respeitar isso”.

“Do ponto de vista tático, se um partido começa a apoiar um candidato por antecipação, se depois por acaso esse candidato não se candidata, depois a nossa escolha é sempre uma segunda escolha”, assinalou o líder do PSD.

Para Rui Rio, tem de haver ponderação.

“Nós também temos de ter equilíbrio, ponderação e bom senso, que é o que a experiência traz. Quando não temos tanta experiência assim, disparamos de qualquer maneira para produzir uma notícia, mas depois temos o médio prazo a seguir”, continuou.

Rui Rio esclareceu que a meta de 2021 definida na moção para o PSD estar pronto a governar Portugal corresponde aos dois anos de mandato em que se propõe fazer esse trabalho como presidente do partido.

“Obviamente que durante estes dois anos o PSD tem de se preparar ainda melhor para governar, sendo certo que está consciente que, por um lado, a legislatura deve durar quatro anos, mas pode não durar quatro anos”, declarou, adiantando que não está todavia à espera que “dure seis meses, nem sete”.

Sobre a forma como pretende governar se for reeleito e o PSD for Governo, Rio entende que “no atual sistema partidário é relativamente difícil a qualquer partido ter uma maioria absoluta”.

“Só dois partidos têm condições de ganhar eleições em Portugal, o PSD e o PS, e a probabilidade de ganharem com maioria absoluta é muito difícil. Se continuarmos com o sistema partidário tal e quela como ele está, qualquer governo terá sempre de conseguir um apoio num outro partido”, considerou.

Segundo Rui Rio, a mensagem que quer passar nesta moção prende-se com “as prioridades do PSD para os próximos dois anos e que têm a ver com as eleições autárquicas, com a abertura do partido à sociedade e com a forma como deve fazer oposição ao PS”.

Na sua opinião, essa oposição “deve ser construtiva e não de forma destrutiva”.

Nas reuniões como a de hoje, em Macedo de Cavaleiros, Rui Rio, diz que tem encontrado “entusiasmo”, mas nota nos militantes “transversalmente algum cansaço”, o que considera “compreensível” pelo número de eleições internas e nacionais nos últimos dois anos.

O presidente e candidato à liderança do PSD está convencido de que as eleições internas ficarão decididas à primeira volta, mas “os militantes é que vão votar e é que vão dizer como é que é”.

As eleições diretas do PSD realizam-se no dia 11. Além de Rui Rio, são candidatos o antigo líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz. Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, disputa-se a segunda volta, uma semana depois.