“As unidades russas, com apoio da aviação e da artilharia, efetuaram ações ativas para melhorar as suas posições táticas nas localidades de Robotyne e Verbove, na região de Zaporijia”, declarou o porta-voz militar Igor Konashenkov nas suas habituais declarações diárias.
Segundo o representante da Defesa, as forças russas “repeliram um contra-ataque de um destacamento de assalto da 82ª brigada do Exército ucraniano” neste setor da frente.
No domingo, o general ucraniano Oleksandr Tarnavski indicou que as forças ucranianas ultrapassaram a primeira linha de defesa russa e estavam a aproximar-se da segunda.
“Agora estamos entre a primeira e a segunda linha de defesa, estamos a eliminar as últimas unidades do inimigo que cobrem a retirada das tropas russas para a segunda linha”, informou o militar.
Apesar de a Rússia não ter reconhecido oficialmente a perda de Robotyne, ‘bloggers’ militares russos informaram no fim de semana que as forças russas se retiraram do sul desta localidade “para posições situadas mais a sul”.
Os militares ucranianos procuram romper nesta zona as linhas de defesa russas e avançar em direção ao mar de Azov, com o objetivo de cortar a ponte terrestre entre a anexada península da Crimeia e o continente russo.
Em paralelo, Vladimir Rogov, representante da Rússia na região anexada de Zaporijia, negou hoje que a Ucrânia tenha conseguido romper a primeira linha de defesa da Rússia desde o início da contraofensiva iniciada no início de junho.
Segundo Rogov, citado pela agência noticiosa TASS, as forças ucranianas apenas se aproximaram da primeira linha russa, mas sem a ultrapassar.
“Nestes três meses, vemos que não conseguiram ocupar localidades importantes e a sua zona de controlo não foi ampliada”, assegurou.
Rogov voltou a desmentir a retomada de Robotyne pelas forças de Kiev e afirmou que as tropas ucranianas “se entrincheiraram nas ruínas de uma escola no centro da localidade”, mas “não têm Robotyne sob o seu controlo”.
O Ministério da Defesa ucraniano afirmou hoje ter tido “sucesso” na semana passada na contraofensiva na frente sul, reclamando também a reconquista de três quilómetros quadrados às forças russas perto de Bakhmut (leste).
As forças ucranianas estão a “continuar as operações ofensivas no setor de Melitopol” e “obtiveram sucesso perto de Novodanylivka e Novoprokopivka”, no sul do país, disse a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, à televisão estatal de Kiev.
Estas duas aldeias situam-se na região de Zaporijia, perto de Robotyne, uma localidade reconquistada às forças russas no final de agosto e que, segundo Kiev, abre caminho à ofensiva ucraniana em direção ao sul ocupado pelo exército de Moscovo.
“No sul, o inimigo (Rússia) está a sofrer pesadas perdas em termos de efetivos, armas e equipamento, e está a reagrupar as unidades e tropas utilizando reservas”, disse ainda Ganna Maliar.
Estas informações ainda não foram confirmadas nem por jornalistas nem por qualquer entidade independente.
Paralelamente, as forças ucranianas abateram 17 drones russos no sul da região de Odessa, na Ucrânia, num ataque que danificou vários edifícios no distrito da cidade portuária de Izmail, anunciou hoje o governador local.
“Dezassete drones foram abatidos pelas nossas forças de defesa aérea”, disse Oleg Kiper, admitindo que outros aeronaves não tripuladas russos conseguiram alcançar os objetivos.
O Comando Operacional para o Sul da Ucrânia do exército, por seu lado, descreveu um “grande ataque noturno” realizado com recurso a drones contra “infraestruturas civis na área do [rio] Danúbio”.
O porto fluvial de Izmail tornou-se uma das principais rotas de saída dos produtos agrícolas ucranianos desde que Moscovo abandonou o acordo de exportação de cereais em Julho.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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