Esta decisão diplomática pode ser entendida como retaliação à retirada de credenciais ao cônsul russo em Faro, algo que o ministério dos Negócios Estrangeiros justificou com a concessão de vistos gold. Desde janeiro que Bruno Valverde Coto ficou sem autorização do Governo português para exercer funções como cônsul honorário da Rússia em Faro.
O empresário, que gere uma empresa vocacionada para a imobiliária de luxo e vistos gold, é casado com uma cidadã russa, nascida na Ucrânia. Em 2020, foi nomeado pelo embaixador russo como representante diplomático honorário.
A SIC contatou o cônsul português naquela cidade da Rússia que afirmou que não lhe foram dadas explicações para o sucedido. Segundo José Milhazes, comentador da SIC, uma resposta portuguesa a este ato pode dar aso ao "fecho da embaixada em Moscovo". Milhazes aponta para "algumas dezenas de portugueses" que ainda vivem na Rússia, principalmente em Moscovo e São Petersburgo, mas também aponta para os vários russos "que vivem em Portugal, principalmente membros da oposição russa".
Contactado pela SIC, o cônsul Acácio Durães diz que não lhe foram dadas quaisquer explicações.
O Ministério de João Gomes Cravinho confirmou a retirada das credenciais ao cônsul, mas foi vago na explicação. Referiu apenas como motivo o desenvolvimento de atividades que não estão em conformidade com a convenção de Viena.
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