Yevgeni Prighozin, que lidera um grupo militar privado próximo do Kremlin, já desmentiu por várias ocasiões os anúncios emitidos por Moscovo sobre a evolução da ofensiva militar na Ucrânia e também criticou as autoridades pela escassez de munições disponibilizadas à sua formação.

Kiev também desmentiu o bloqueio total de Bakhmut, um objetivo estratégico na região de Donetsk (leste), ao assegurar que as forças ucranianas ainda mantêm a possibilidade de “enviar produtos alimentares, munições, medicamentos” para a cidade, e ainda “recuperar” os seus feridos, segundo o porta-voz militar da zona leste, Serguiï Tcherevaty, citado pela agência noticiosa AFP.

Através de um comunicado, o ministério da Defesa da Rússia assegurou que as suas forças terrestres e aéreas conseguiram bloquear a entrada de novos efetivos ucranianos e a possível retirada do inimigo.

Segundo o ministério, as unidades de assalto do grupo Wagner presentes em Bakhmut, o atual epicentro dos combates na região do Dobnass, promovem “operações de alta intensidade” para finalizar a expulsão das forças ucranianas do centro da cidade.

“Não sei o que está a acontecer nas ilhas Canárias ou em Nova Iorque, mas sei o que se está a passar em Artemovsk, também conhecida por Bakhmut”, disse Prighozin através de uma declaração do seu grupo de comunicação no Telegram e onde admite que os ucranianos ainda possuem margem de manobra na zona.

O fundador do Wagner disse que as suas forças registaram movimentações de tropas ucranianas na zona e que “é demasiado cedo para falar de um cerco completo a Bakhmut”.

Referiu-se ainda “batalhas sangrentas” em curso e calculou que as forças leais à Rússia, incluindo as milícias separatistas russófonas do Donbass, já controlam 80% da cidade.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.490 civis mortos e 14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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