O satélite Kanopus-V, com uma câmara de alta resolução, permitirá ao Irão vigiar as instalações dos seus adversários em todo o Médio Oriente, explica o norte-americano Washington Post, citando responsáveis atualmente ou anteriormente em cargos nos Estados Unidos ou no Médio Oriente.

As informações são divulgadas a alguns dias da cimeira prevista para 16 de junho em Genebra entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que realiza a sua primeira deslocação ao estrangeiro desde a posse, em janeiro.

Esta pode ser mais uma queixa de Washington contra Moscovo, numa lista que inclui acusações de interferência eleitoral ou de pirataria informática.

O lançamento do satélite, que pode ocorrer nos próximos meses, é resultado de várias viagens à Rússia de dirigentes dos Guardas da Revolução iranianos, uma força de elite das forças armadas da República Islâmica, adianta o Washington Post.

De acordo com as fontes do diário norte-americano, o satélite será lançado a partir da Rússia e contém material fabricado neste país.

Embora não tenha os recursos dos satélites norte-americanos, o Kanopus-V pode ser utilizado pelo Irão para espiar locais específicos, o que gera receios sobre a partilha de informações com o Iémen, o Iraque ou o Líbano, além de outros sobre o desenvolvimento de aviões não tripulados (‘drones’) e de mísseis balísticos por Teerão, segundo um dos responsáveis interrogados pelo jornal.

O Washington Post indica ainda que formadores russos treinaram equipas para a utilização do satélite, em instalações próximas da cidade de Karaj, no norte do Irão.

A compra do satélite dará a Teerão uma maior capacidade de vigilância sobre o Golfo, as bases israelitas e a presença militar norte-americana no Iraque.

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