“Aquele projeto comigo não vai para diante, está fora de questão”, assegurou Pedro Santana Lopes aos jornalistas, no final da sessão de Câmara, adiantando que o assunto vai à próxima sessão para clarificação.
Segundo o autarca, o promotor tinha 90 dias para levantar o alvará de construção após a assinatura do contrato e não o fez, pelo que a autarquia “está em condições de resolver o contrato” assinado há cerca de um ano.
O Complexo Piscina de Mar, situado na marginal fronteira à praia, é um dos conjuntos arquitetónicos emblemáticos da Figueira da Foz, classificado como Imóvel de Interesse Público, estando fechada há vários anos.
O projeto de requalificação aprovado pelo anterior executivo municipal previa um hotel de 49 quartos na antiga estalagem anexa à piscina e um novo edifício lateral, que se estendia por cima do plano de água.
Para Santana Lopes, o projeto “não tem pés nem cabeça” e o que faz sentido, se houver possibilidade, “é aumentar a área de piscina, diminuí-la é que nunca”.
“Não autorizo nada que retire mais área à piscina. Se pudesse aumentava-a e colocava lá a prancha (retirada na década de 90 do século XX)”, frisou o presidente da autarquia figueirense.
Anteriormente designada por Piscina-Praia (e conhecida localmente como Piscina do Grande Hotel, embora nunca tenha feito parte deste, atualmente hotel Mercure), foi projetada na década de 1950 pelo arquiteto Isaías Cardoso.
A piscina, e a estalagem com 13 quartos que lhe foi anexada na década de 1960, funcionou com acesso público até finais da década de 1980, tendo ficado célebre pelas suas dimensões, com 33 metros de comprimento, e pela prancha de saltos de cinco e dez metros.
Na década de 1990, depois de um falhado projeto de reconversão, o complexo fechou e degradou-se, tendo a prancha sido retirada.
Viria a ser adquirido pela autarquia liderada por Santana Lopes, na sua primeira passagem pela presidência do município, que reabilitou a piscina em 2001, tendo esta voltado a funcionar durante vários anos, com concessões limitadas no tempo, estando atualmente desativada.
Já o edifício da estalagem está ao abandono há mais de duas décadas.
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