“Vou com todo o gosto à Assembleia da República”, disse à Lusa o chefe da diplomacia portuguesa, dizendo que apenas espera receber o pedido formal do Parlamento, depois de o PSD ter requerido, com caráter de urgência, a sua presença para que dê esclarecimentos sobre a saída de Portugal da “lista verde” de destinos de viagens do Reino Unido, como medida de prevenção no combate à pandemia de covid-19.
Santos Silva considera normal o pedido do PSD, embora repita a mensagem de que o Governo português não tem qualquer responsabilidade sobre a decisão das autoridades britânicas, que voltam a obrigar as pessoas que regressem de Portugal a cumprir uma quarentena de 10 dias na sua entrada no território.
“É natural que os partidos da oposição queiram ter mais informações sobre as razões do Governo britânico”, disse Augusto Santos Silva que, no entanto, deixou críticas aos líderes políticos que atiram responsabilidades por esta decisão para o Governo português.
“Acho pitoresco que quando A decide sobre B, se considere que é B quem tem a responsabilidade da decisão”, ironizou o ministro dos Negócios Estrangeiros, que ao longo do dia de hoje se mostrou surpreendido com a decisão do Governo britânico, argumentando que não encontra nenhuma razão plausível para as novas regras de restrição de viagens.
O Governo britânico justificou a descida de Portugal para a ‘lista amarela’ com “a taxa de positividade” que “quase duplicou desde a última revisão em Portugal” e com “uma espécie de mutação do Nepal”, da variante detetada em território indiano, explicou o ministro dos Transportes, Grant Shapps.
Na rede social Twitter, o chefe da diplomacia portuguesa já tinha referido que foi tomada “nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens” e “cuja lógica não se alcança”.
Contudo, de acordo com o requerimento apresentado no Parlamento, o PSD viu a mensagem do Governo português como “uma mera reação e de conformismo, que não demonstra qualquer prevenção diplomática para evitar esta situação, quando a mesma, pelas razões apontadas, não tem correspondência com a realidade”.
Segundo esse requerimento, os sociais-democratas requereram “a realização de uma audição, com caráter de urgência”, ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, “no sentido de explicar os esforços que realizou até ao momento da decisão e que iniciativas desenvolverá para que imagem de Portugal não seja prejudicada”.
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