"Ao contrário do ano passado, em que toda a gente olhava para a REN com ar de suspeição por termos feito sobre investimento em infraestruturas de transporte que estavam subutilizadas. [Este ano], em alguns casos, se mais infraestrutura houvesse, mais infraestrutura seria utilizada", afirmou o administrador da REN, no encontro anual da AGN - Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural,

sob o tema "Gás natural - Papel central na matriz energética", a decorrer em Lisboa.

Na sua intervenção, João Conceição ironizou sobre o que diz sobre as teorias que preveem o fim do recurso ao gás natural, dando conta que os números mostram que "há uma presença permanente no sistema energético, mas volátil".

"Em 2017, ainda falta mês e meio, mas está a ser um ano de recordes no consumo de gás natural. Se, por um lado, o consumo tradicional [de famílias e empresas] está relativamente estável, há um aumento substancial de consumo para produção de eletricidade", que se deve à queda da produção elétrica das barragens, motivada pela seca, acrescentou.

Mas, prosseguiu, "este crescimento não é exclusivo de 2017. É um crescimento que se tem vindo a mostrar sustentável, desde 2014. Aliás, a taxa de crescimento anual da utilização de gás natural para a produção de eletricidade desde 2014 está na ordem dos 64%".

"É com muito orgulho que este ano posso dizer que se mais estrutura houvesse, mais era utilizada", afirmou, dando o exemplo do Terminal de Sines, cuja capacidade de armazenagem esteve "quase a atingir 100%", e a interligação de Campo Maior que esteve "a 99% da capacidade diária e chegou a atingir regimes de ponta acima do máximo".

Nos primeiros dez meses de 2017, a eletricidade produzida pelas centrais hidroelétricas apenas abasteceu 11% do consumo nacional de eletricidade, devido à seca que Portugal atravessa, tendo recuado 58% em outubro face ao mês homólogo, para 315 gigawatts por hora (GWh), o que fez deste outubro o pior desde que há registos (1971).

Segundo dados da REN, até outubro, a produção não renovável abasteceu 60% do consumo elétrico do país, repartido pelo gás natural com 34% e pelo carvão com 26%.

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