Numa entrevista ao The Economist, Stoltenberg fez uma referência velada aos Estados Unidos, que proibiram Kiev de utilizar as suas armas para atacar posições dentro da Rússia, e defendeu que “talvez seja altura de alguns aliados considerarem a possibilidade de levantar este tipo de restrições à utilização das armas que enviam para a Ucrânia”.

“Neste momento, com todos os combates a decorrer em Kharkiv, tão perto da fronteira, é muito difícil para os ucranianos verem negada a capacidade de se defenderem com ataques em território russo”, acrescentou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Stoltenberg aproveitou a entrevista para desvalorizar os avanços russos nas últimas semanas na região, um dos desenvolvimentos mais significativos do lado de Moscovo desde o início do conflito.

“Penso que os russos vão continuar a progredir, mas trata-se de vitórias marginais pelas quais estão dispostos a pagar um preço muito elevado”, afirmou.

No entanto, Stoltenberg reconheceu que a Ucrânia “está a passar um mau bocado” e apelou aos países membros da NATO para que cumpram as suas promessas de armamento.

“Os aliados europeus prometeram a Kiev um milhão de projéteis de artilharia” e “até agora não vimos nada que se aproxime remotamente disso”, avisou.