Joachim Gauck focou o seu tradicional discurso de Natal, que será emitido no domingo mas cujo teor é hoje avançado pelos meios de comunicação social, no ataque de Berlim na segunda-feira passada quando um camião conduzido por um 'jihadista' irrompeu num concorrido mercado de Natal atropelando a multidão.

Segundo Gauck, "deve haver um debate político sobre a política de refugiados" e sobre "se no futuro se poderia fazer mais para garantir a segurança dos cidadãos". Contudo, "precisamente em tempos de ataques terroristas não deveríamos aprofundar as diferenças na nossa sociedade ou pôr sob suspeita de foram genérica grupos inteiros ou culpar todos os políticos", afirma o Presidente alemão.

"Devemos manter a cortesia e o respeito pelo debate político", referiu o presidente alemão.

Gauck, um ex-pastor protestante de 78 anos, dedica o seu último discurso como Presidente quase por completo ao atentado da passada segunda-feira, assegurando que o ataque 'jihadista' de maior envergadura no país "assustou profundamente" os cidadãos, alimentando a "raiva" e a "ira", bem como o "medo" e a "impotência", sentimentos que não devem dominar as pessoas.

"Sentimos o medo. Mas o medo não nos domina. Sentimos a impotência, mas a impotência não nos domina. Sentimos a raiva. Mas a raiva não nos domina", afirma.

O ataque, atribuído ao tunisino de 25 anos que na sexta-feira foi abatido pela polícia italiana em Milão, também incentivou a "solidariedade" no seio da sociedade alemã.

Em relação ao "ódio assassino" do terrorista, os berlinenses afirmaram "sim à vida", argumenta o presidente alemão.

Na passada segunda-feira, o tunisino Anis Amri - que tinha chegado à Alemanha em 2015 e pediu asilo - roubou um camião em Berlim e dirigiu-o contra um mercado de Natal a grande velocidade contra a multidão.

Doze pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas, algumas em estado grave neste ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico.

Amri foi abatido num tiroteio com a polícia italiana na sexta-feira em Milão, depois de ter estado a monte durante quatro dias, quando abriu fogo contra os agentes da polícia quando estes lhe pediam para se identificar.