“Pelo menos 52 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas”, disse Sarfraz Bugti à agência noticiosa France Presse (AFP).

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque, afirmando que um dos seus combatentes era o autor desta “operação mártir”, em comunicado difundido pela Amaq, a agência que publica habitualmente informações do grupo.

O ministro afirmou não poder confirmar que o ataque foi perpetrado por suicidas.

O santuário é dedicado a Shah Noorani, um santo do sufismo, ramo místico do islamismo considerado herético por alguns grupos fundamentalistas islâmicos como os talibãs, declarou Bugti.

O último balanço das autoridades referia 43 mortos e 70 feridos.

Numa reação ao ataque, o presidente do Paquistão, Mamoon Hussain, declarou que “o governo está determinado a eliminar o terrorismo e os extremistas do país”.

Cerca de 600 pessoas encontravam-se no local e participavam em danças religiosas, organizadas antes do crepúsculo, quando o ataque ocorreu neste local de peregrinação, situado numa região montanhosa recuada do distrito de Khuzdar, a cerca de 760 quilómetros a sul de Quetta, a capital provincial.

Na fronteira com o Irão e o Afeganistão, o Baluchistão é a província mais pobre do Paquistão, apesar dos enormes recursos petrolíferos e gasíferos.

Foi também considerada estratégica e escolhida para a construção de ambiciosas infraestruturas rodoviárias e energéticas para ligar a China ao mar Arábico.

A zona é palco habitual de ataques de grupos rebeldes, milícias islâmicas e redes mafiosas que operam em todo o país.

O Al-Alami do Lashkar-e-Jhangvi (LeJ) é um grupo antixiita que, nos últimos anos, tem atacado também o governo paquistanês. Em outubro, organizou – depois de se associar ao EI – um ataque contra uma academia policial em Quetta, causando 61 mortos.

Este foi o pior ataque contra os serviços de segurança na história do Paquistão.

O LeJ aliou-se também ao movimento dos talibãs paquistaneses (TTP), aliados da rede terrorista Al-Qaida.

Em agosto, um atentado reivindicado por uma fação talibã, Jammat-ul-Aharar (JuA), e pelo EI causou 73 mortos num hospital de Quetta, quando cerca de 200 pessoas, incluindo muitos advogados e jornalistas, se encontravam diante do Hospital Civil de Quetta, após o assassínio, poucas horas antes, do presidente da Ordem dos Advogados da província.